Por THIAGO IRAPORANGA*
Poema sobre os dias de hoje
Quanto vale um paraíso?
Um quinto da Boipeba
Por um quilo de mangaba.
E o que tenho a ver com isso?
Se tal coisa não me dá verba
Enquanto ele (ou eles?) se gaba.
O menestrel tropicalista
Caetanou sobre os podres poderes
De ridículos tiranos
Cuja competência se lista
Em uma sequência de mortes e dores
No passado da Ponta dos Castelhanos
Apelando ao seu companheiro de canto,
Sábio descendente de griôs ancestrais,
Gilbertifico-me quanticamente
Escutando os Aimorés com seu pranto
A Terra que vai perdendo seus sinais vitais
Diante da destruição que não me mente
E por mais altissonantes que estejam
As cuícas dos mascarados da Zambiapunga
Gritos e choros de escravizados
Continuam sendo abafados
Pelos ventos desta sina nada malunga
Soprados pela ganância de Armínios que sobejam
*Thiago Iraporanga é poeta
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