Ninguém mais é capaz de respirar

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Por ANDRÉ LUIZ BARBOSA DA SILVA*

As imagens da cidade de Minneapolis em chamas é um claríssimo exemplo de violência da libertação, um sonoro e potente grito do oprimido, ainda que sem ar, ainda que sem fôlego, é este grito que demonstra que essa sociedade autofágica é impossível

“A carne mais barata do mercado é a carne negra / Que vai de graça pro presídio / E para debaixo do plástico / Que vai de graça pro subemprego / E pros hospitais psiquiátricos”.[i]

George Floyd é mais um negro vítima da violência seletiva do Estado, mais um negro vítima da violência da sociedade da mercadoria. George Floyd é Amarildo, Marielle Franco, João Victor, João Pedro, dentre inúmeras vítimas de uma sociedade que cheira a morte.

O elemento inicial desse parágrafo, elemento este que causa horror, é que ele é mais um. Enquanto seu corpo enrijece e se torna frio, mais um negro, mais uma negra, estará dando entrada em algum necrotério vítima de um Derek Chauvin e seus truculentos parceiros.

Segundo a agência de notícias Associated Press, ao longo de 19 anos de carreira, Chauvin foi alvo de quase vinte queixas formais e duas cartas de reprimenda. A maioria foi arquivada.

(…)

Em 2014, um homem negro, Lamar Ferguson, denunciou Thao e outro agente sob acusação de ter sido agredido sem motivo enquanto caminhava em direção à casa de sua namorada. Três anos depois, foi firmado um acordo de US$ 25 mil para encerrar o caso.[ii]

Percebe-se, desde logo, que atos violentos são rotineiros, é a escancarada obscenidade da lei na ação brutal do Estado dia após dia, uma máquina moedora de gente, moedora daqueles não mais rentáveis para a reprodução do valor e da economia.

Nota-se também como essa sociedade que se regozija com o discurso jurídico, o discurso da lei, dos direitos universais do homem, acaba não enxergando, que, ao final, a única lei que determina em última instância é a do valor.

Em outras palavras, a igualdade é uma ficção jurídica em sociedades de classes multiétnicas (não existem na história do capitalismo sociedades nacionais sem grupos internos subjugados, como os irlandeses na Inglaterra, os meridionais na Itália etc.). (…) Além disso, a dominação social impessoal que se produz como característica de uma sociedade alienada, mesmo que seja inconsciente à sua reprodução, tem uma história que lhe deu impulso, uma origem de onde se renovam suas energias, seus hábitos, que mantém a continuidade de determinadas relações sociais. Neste sentido, a estupidez do homem branco é a própria encarnação deste poder, o que faz ecoar que a norma da lei sempre pode ser alterada pela lei do valor. Este é o real poder na desigualdade.[iii]

George Floyd antes de ser vítima da brutalidade policial, já podia ser considerado vitimado, assim como grande parte da população considerada não mais rentável, que encontram em subempregos a forma de se manterem vivas e com o mínimo de condições de sobrevivência.

O jornal “Chicago Tribune” conta que Floyd fazia parte da massa de desempregados nos Estados Unidos causada pela pandemia de novo coronavírus. Ele perdeu o emprego como segurança em um restaurante depois que o estabelecimento fechou com as medidas de isolamento.[iv]

Faz-se aqui apenas uma pequena observação: a massa de desempregados não tem causa no novo coronavírus, mas advém muito antes de tudo isso acontecer.[v] Isso não significa negar que houve um aumento circunstancial imediato do desemprego, mas apontar que suas causas não podem ser atribuídas totalmente a agentes externos[vi], em outras palavras, quero dizer que a crise é estrutural e não foi uma determinada situação externa ao sistema produtor de mercadorias que a inaugurou.

(…) havia sectores cada vez maiores da população mundial que se viam arrastados para a miséria absoluta, pelo simples facto de, enquanto força de trabalho, terem passado a serem desnecessários para a valorização do capital. (…) na União Europeia, nos Estados Unidos e no Japão, há muito que se ia tornando visível o processo de crise generalizada da sociedade baseada no trabalho e na produção de mercadorias. Desde os anos oitenta que vinham aumentado consideravelmente os fenômenos de exclusão social, e o desemprego maciço só em aparência ia sendo contido à custa de “programas de ocupação”, financiados pelo crédito, de manipulações de estatísticas em larga escala ou da imposição de salários de miséria e de transferências coercivas para o chamado “sector informal”. [vii]

Floyd já não era capaz de respirar, assim como grande parcela da sociedade também não, seus gritos angustiantes lutando pela vida contra não um, mas quatro homens armados e bem equipados, é o grito dos brasileiros nas periferias, nos guetos norte-americanos, dos refugiados na Europa, da população mundial que vai adentrando cada vez mais fundo na pobreza e na miséria.

É um grito universal, George Floyd deixa de ser um homem e passa a ser um símbolo da luta pelo fim da subjugação, da miséria e da violência.

Antes que os corações pacifistas e liberais-democratas se insurjam para levantar acusações do tipo “fim da violência? Veja o que eles fizeram na cidade!”; “violência não se combate com violência” e todas essas coisas que podemos encontrar nas redes sociais, apenas entoou o que Herbert Marcuse acertadamente escreveu em um texto denominado “o problema da violência na oposição”:

(…) isso significa que a pregação do princípio da não-violência não faz mais do que reproduzir a violência institucionalizada da ordem existente. Na sociedade industrial monopolista, a violência institucionalizada concentra-se, como jamais ocorreu no passado, no poder que permeia todo o corpo social.[viii]

Reparem, segundo Marcuse, o conceito de violência se apresenta de duas maneiras diversas, uma é a violência da libertação e a outra a violência da agressão (violência institucionalizada). Nesse caso, as imagens da cidade de Minneapolis em chamas é um claríssimo exemplo de violência da libertação, um sonoro e potente grito do oprimido, ainda que sem ar, ainda que sem fôlego, é este grito que demonstra que essa sociedade autofágica é impossível.

A violência institucional é descrita muito bem pela filósofa e militante Angela Davis em uma entrevista concedida a televisão sueca, na prisão estatal da California, em 1972:

(…) devido a forma em que a sociedade está organizada, devido a violência que existe por todos os cantos, deve-se esperar que haverá muitas dessas explosões.  Deve-se esperar reações desse tipo. Se você é uma pessoa que viveu na comunidade negra a sua vida inteira e sai para as ruas todos os dias vendo os policiais brancos te cercando… Eu, por exemplo, quando estava vivendo em Los Angeles, muito antes de ocorrer esta situação em L.A, era frequentemente parada pela polícia. Não, a polícia não sabia quem eu era, mas eu era uma mulher negra com o cabelo natural e suponho que pensavam que eu poderia ser uma “militante” (…) E quando você vive sob situações como esta constantemente… E pergunta a mim se eu aprovo a violência? Isso não faz sentido algum! Se eu aprovo as armas? Eu cresci em Birmingham, Alabama. Muitos grandes amigos meus foram mortos por bombas, bombas plantadas por racistas. Eu me lembro de quando eu era pequena, lembro do barulho das bombas explodindo na rua da frente, de como tremia nossa casa. Lembro do meu pai, que necessitava ter armas ao alcance das mãos o tempo inteiro, porque poderíamos ser atacados em qualquer momento. O homem que nessa época estava como prefeito – seu nome era Bull Connor- Ia frequentemente na rádio e ele dizia coisas como: “Os negros [niggers] se mudaram para um bairro branco, preparemo-nos para derramar sangue essa noite”. E certamente, havia derramamento de sangue. Após quatro jovens garotas, que viviam bem próximas a mim…Eu era muito amiga da irmã de uma delas e minha irmã se dava muito bem com três delas.  Minha mãe foi professora de uma delas- de fato. Após toda a situação das bombas, a mãe de uma das garotas ligou para minha mãe e disse: “Você pode me levar à igreja para buscar Carol? Nós ouvimos sobre o bombardeio e estou sem carro”. E elas foram até lá e sabe o que encontraram? Encontraram membros e cabeças esparramadas por todo o lugar. E depois disso, em meu bairro todos os homens se organizaram e formam uma patrulha armada, eles tiveram que pegar suas armas e patrulhar nossa comunidade todas as noites, porque não queríamos que aquilo acontecesse novamente. E por isso quando alguém me pergunta sobre violência… simplesmente– simplesmente eu acho incrível, porque significa que a pessoa que está perguntando não faz a  mínima ideia do que as pessoas negras sofrem, do que nós experimentamos nesse país desde que a primeira pessoa negra foi sequestrada da Costa da África.[ix]

Os milhares de George Floyd que tomaram as ruas norte-americanas vieram mostrar o esgotamento total dessa forma de sociabilidade, o descontentamento com o modo de vida e com a repressão, mas também com o status quo de maneira geral.

O prédio em chamas é muito significativo, haja vista que o fogo, segundo os materiais constantes na internet e tudo que se ouve falar sobre o filósofo grego Heráclito, dá início as mudanças que ocorrem no mundo. No livro “Lições sobre a História da Filosofia” (Lecciones sobre la Historia de la Filosofía), que infelizmente inexiste tradução para o português, Hegel comenta sobre a filosofia da natureza de Heráclito e sobre o princípio “Heraclitiano” escreve:

O fogo é o tempo físico, a movimentação absoluta, a dissolução absoluta do existente; a destruição do outro, mas também de si mesmo; e assim podemos compreender o porquê de Heráclito, partindo de sua determinação fundamental, afirma com todas as consequências o fogo como o conceito do processo.[x]

Dessa forma, resta torcer para que as chamas não se apaguem até cremar por inteiro esse sistema putrefato devorador de vidas humanas e que ao cabo nos tornemos, negros e negras, assim como foi idealizado pelos revolucionários haitianos, num sentido que não haja mais exploração alguma e possamos viver numa sociedade livre das formas sociais que decrepitam nossas vidas.  Companheiros e companheiras, que possamos respirar!

*André Luiz Barbosa da Silva é pesquisador do Grupo de Pesquisa Crítica da Subjetividade Jurídica da USP.

 

Referências:

[i] Composição de Marcelo Yuka, Seu Jorge e Ulisses Cappelletti. Merece a saudação também aquela que popularizou e tornou a música conhecida com sua voz rouca inconfundível, a grandiosa Elza Soares. A música pode ser ouvida aqui: https://www.youtube.com/watch?v=yktrUMoc1Xw

[ii] Disponível em: https://epoca.globo.com/mundo/caso-george-floyd-quem-era-americano-negro-morto-sob-custodia-o-que-se-sabe-sobre-policial-branco-que-matou-24452304

[iii] MENEGAT, Marildo. A crítica do capitalismo em tempos de catástrofe: o giro dos ponteiros do relógio no pulso de um morto e outros ensaios. – Rio de Janeiro: Consequência, 2019, p. 293-294.

[iv] Disponível em: https://g1.globo.com/mundo/noticia/2020/05/29/preso-policial-suspeito-de-participar-da-morte-de-george-floyd-em-minneapolis-diz-imprensa-dos-eua.ghtml

[v] Trago algumas referências para que o leitor consulte, alerto que tais referências são das mídias liberais, mas talvez isso reforce o argumento, todavia, em contrapartida, alerto para as expectativas esperançosas de alguns comentaristas econômicos: https://g1.globo.com/economia/noticia/2020/02/07/eua-criam-225-mil-vagas-em-janeiro-mas-desemprego-sobe-para-36percent.ghtml (EUA criam 225 mil vagas em janeiro, mas desemprego sobe para 3,6%); https://www.bbc.com/portuguese/internacional-42323066 (Quem são os 41 milhões de pobres dos Estados Unidos, o país mais rico do mundo); https://www1.folha.uol.com.br/mercado/2017/10/1925441-crise-dos-estados-unidos-elimina-15-milhao-de-vagas-de-emprego.shtml (crise dos Estados Unidos elimina 1,5 milhão de vagas de emprego); https://forbes.com.br/negocios/2019/08/por-que-os-eua-podem-estar-a-caminho-de-uma-nova-crise-economica/ (Por que os EUA podem estar a caminho de uma nova crise econômica); https://epoca.globo.com/mundo/noticia/2018/06/desemprego-baixo-nos-eua-esconde-aumento-do-numero-de-trabalhadores-que-vivem-em-condicoes-precarias.html (Desemprego baixo nos EUA esconde aumento do número de trabalhadores que vivem em condições precárias).

[vi] “Não é a primeira vez que se aponta a causa da crise econômica em elementos alheios aos processos econômicos básicos – baseando-se no pressuposto circulatório perfeito, qualquer evento ou coisa podem ser responsabilizados. A própria história das crises poderia ser reconstituída por essas falsas atribuições. A crise do subprime, em 2008, por exemplo, foi culpa dos pobres que contraíram hipotecas sem ter condições de pagar (ou, numa versão antissemita, provocada pelas gananciosas instituições que forneciam crédito imobiliário para qualquer um). A crise da nova economia, em 2000, foi causada pela falsificação de balanços por algumas empresas ponto-com. A crise de 1974 foi provocada pela Opep que cortou a produção de petróleo no ano anterior. Exemplos não faltam e os neoliberais encontram constantemente motivos para culpar o Estado, sempre com sua autoritária mania de ingerência externa no mercado. Nesta versão, por exemplo, a crise de 2008 foi o resultado dos incentivos criados pelo governo Clinton que forçou o crédito imobiliário para as populações mais pobres, tradicionalmente alijadas do financiamento. Milton Friedman já até estabeleceu, em uma interpretação que pretendia refutar todos os teóricos até então, que a crise de 1929 foi provocada pela criação e pelas políticas adotadas pelo Fed tentando regular o mercado.3 Por fim, no caso mais famoso pelo exagero, o economista Stanley Jevons argumentou, num artigo de 1875, que as instabilidades na oferta de mercadorias estavam relacionadas às variações das manchas solares, responsáveis, em última instância, pelas crises comerciais ao afetarem os preços das commodities.4” (BOTELHO, Maurilio Lima. Epidemia econômica: Covid-19 e a crise capitalista. Disponível em: https://blogdaboitempo.com.br/2020/04/02/epidemia-economica-covid-19-e-a-crise-capitalista/ ) Com o coronavírus se repete a constante externalização de causas. Embora seja motivo para grande preocupação, o vírus está longe de ser a razão da crise.

[vii] Disponível em: https://www.krisis.org/2003/prefacio-a-edicao-portuguesa-do-manifesto-contra-o-trabalho/

[viii] MARCUSE, Herbert. O fim da utopia; tradução de Carlos Nelson Coutinho. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1969.

[ix] A tradução foi realizada por Jade Amorim, que faz parte do Coletivo Tradutores Proletários (https://tradutoresproletarios.wordpress.com/).

[x] G. W. Friedrich Hegel. Lecciones sobre la historia de la filosofía I (Locais do Kindle 4965-4967). Universidad UNILÍDER. Edição do Kindle. (tradução livre).

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