Policrise – pensando na corda bamba

Roy lichtenstein, Explosão, 1965-6
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Por ADAM TOOZE*

O mundo está num ponto limite dramático, numa crise sistêmica, incapaz de compreender a situação atual com confiança e clareza conceitual

Policrise é um termo que encontrei pela primeira vez quando estava terminando Crashed em 2017. Foi invocado por Jean-Claude Juncker para descrever a situação perigosa da Europa no período após 2014. No espírito do “Eurotrash”, entusiasmei-me com a ideia de passar a usar um “conceito” encontrado nessa fonte específica. Jean-Claude Juncker confirma o maravilhoso retrato de Nick Mulder do “Homo Europus”. Descobriu-se que Jean-Claude Juncker obteve a ideia do teórico francês da complexidade e do veterano da resistência, Edgar Morin, mas isso é uma outra história.

Entretanto, policrise surgiu também como um termo no subcampo dos estudos da arte na União Europeia, tendo sido retomado, entre outros, por Jonathan Zeitlin.

Considerei a ideia de policrise interessante e oportuna porque o prefixo “poli” chamava a atenção para a diversidade dos desafios, sem especificar uma única contradição dominante ou fonte de tensão ou disfunção.

O termo parecia ainda mais relevante diante do choque da COVID. Empreguei-o em Shutdown para contrastar essa visão europeia bastante indeterminada da crise, por um lado, com a visão americana, mais compacta, para não dizer solipsista, de uma grande crise nacional centrada na figura de Donald Trump e, por outro, com a perspectiva de Chen Yixin, um dos principais pensadores do aparato de segurança de Xi Jinping.

Shutdown saiu em setembro de 2021. Desde então tenho explorado o conceito de policrise em meus escritos. E, assim, ele começou a ganhar um uso cada vez maior.

Independentemente de qualquer texto de minha lavra, em abril de 2022 o Cascade Institute publicou um interessante relatório sobre o tema escrito por Scott Janzwood e Thomas Homer-Dixon. Aí, definiram policrise da seguinte forma: “Definimos uma policrise global como qualquer combinação de três ou mais riscos sistêmicos em interação e com o potencial de causar uma falha em cascata e descontrolada dos sistemas naturais e sociais da Terra, o que degrada de forma irreversível e catastrófica as perspectivas da humanidade. Um risco sistêmico é uma ameaça emergente dentro de um sistema natural, tecnológico ou social com impactos que se estendem além desse sistema para pôr em perigo a funcionalidade de um ou mais outros sistemas. Uma policrise global, caso ocorra, herdará as quatro propriedades centrais dos riscos sistêmicos – extrema complexidade, alta não linearidade, causalidade transfronteiriça e profunda incerteza – ao mesmo tempo que exibe sincronização causal entre os riscos”.

Eles ofereceram até mesmo um resumo diagramático em que distinguem quatro categorias: risco sistêmico, risco catastrófico global, policrise e policrise global:

Algumas seções do livro Shutdown empregaram o termo já no início de 2022. O maravilhoso blog cultural Antereisis articulou a condição psicológica radical em que nos encontramos: “O mundo confinante, o estado de alarme permanente, a histeria, o pânico e a paranoia daqueles que são efetivamente perseguidos: o que foi subsumido na policrise só pode ser parcialmente e nunca totalmente compensado pela articulação e racionalização linguísticas. Ver o passado, ouvir o passado, viver o passado – a cegueira para o apocalipse – não são uma expressão de recusa ou passividade política, mas consequências mecânicas de uma assimetria entre desafios universais e capacidades individuais de enfrentamento”.

Christopher Hobson adotou o termo policrise em várias postagens interessantes em sua plataforma de mídia e foi coautor de um artigo com Matthew Davies: An embarrassment of changes: International Relations and the COVID-19 pandemia – o qual está enquadrado por essa ideia de crise múltipla. Para eles, “a policrise é uma maneira de capturar a mistura emaranhada de desafios e mudanças que interagem de perto umas com as outras, dobrando, desfocando e amplificando umas às outras”.

Nas últimas semanas, Larry Summers falou sobre policrise durante um almoço com Martin Wolf. E o termo também foi adotado por meus amigos Tim Sahay e Kate Mackenzie como título de seu excelente novo blog no Phenomenal World. Tudo isso fez com que parecesse um tema óbvio para ser apresentado jornalisticamente.

Esforcei-me para explicá-lo num texto curto publicado no Financial Times – originalmente redigido para ter apenas 750 palavras. Nesse curto espaço, concentrei-me em três aspectos: (1) Definir o conceito de policrise em termos simples e intuitivos; (2) Enfatizando a diversidade de fatores causais implicados pelo termo “poli”; (3) e destacando a novidade de nossa situação atual.

Há dois aspectos da novidade que destaco no artigo do Financial Times: em primeiro lugar é preciso constatar a nossa incapacidade de entender a situação atual como resultado de um fator causal único e específico; em segundo lugar, é preciso notar a extraordinária escala e amplitude do desenvolvimento global, especialmente nos últimos 50 anos. Ora, isso torna provável, de acordo com os esquemas e modelos cognitivos que temos à nossa disposição, que estamos prestes a passar por pontos críticos de inflexão.

Alguém pode perguntar agora: você não está se contradizendo? O desenvolvimento não é precisamente aquele fator causal único que funciona como o motor real de todas as nossas crises? Nessa medida, não há policrise, mas apenas uma grande crise?

Embora essa resposta expresse uma nostalgia por um mundo mais simples com a qual compartilho plenamente – eis que estou tão atraído quanto qualquer outro pela ideia de história como o gigantesco desdobramento do desenvolvimento do “espírito concreto” –, a objeção não leva em conta a pura diversidade de crises no mundo atualmente.

Em segundo lugar e mais importante, levanta a questão: realmente sabemos o que é desenvolvimento ou crescimento? Como Bruno Latour nos obrigou a reconhecer, não é de todo óbvio que compreendamos nossa própria situação. De fato, como ele argumentou de forma convincente em We Have Never Been Modern, o relato da modernidade sobre si mesma é construído em torno de pontos cegos especificamente no que diz respeito à mobilização híbrida de recursos materiais e atores e o funcionamento da própria ciência, que definem a grande narrativa desenvolvimentista.

Sem dúvida, os amigos marxistas serão tentados a dizer que tudo se resume ao capitalismo e seu desenvolvimento em crise. Ora, no mais tardar na década de 1960, a teoria marxista mais sofisticada já havia abandonado as teorias monistas da crise. E atualmente, o desafio óbvio para os críticos marxistas é explicar como a China, liderada pelo PCC, emergiu como o impulsionador mais consequente do antropoceno. Isso não quer dizer que a teoria marxista não seja capaz de oferecer uma resposta, mas, para ser convincente, seria uma teoria marxista da complexidade e da policrise, algo para o qual pensadores como Louis Althusser e Stuart Hall já haviam apontado o caminho.

O que eu quis destacar no artigo publicado no Financial Times foi esse ponto duplo: tanto o fato de termos todos os motivos para pensar que estamos em um ponto limite dramático, mas também que nossa necessidade de empregar um termo tão inespecífico como este de “policrise” indica nossa incapacidade de compreender a situação atual com confiança e clareza conceitual, as quais um dia poderíamos ter esperado.

Implicitamente, estou aqui me referindo de modo resumido a uma tese da filosofia social e da teoria social que remonta ao que Reinhart Koselleck chamou de “Sattelzeit” da virada do século XVIII para o XIX. Eis que, nesse momento, ocorreu o surgimento da consciência histórica moderna no Ocidente. O arco dessa história intelectual definiu o pensamento político, histórico, econômico e social pelo menos até meados do século XX. A partir da década de 1960 uma série de pensadores – Arendt, Anders, Bloomberg, Foucault, Althusser, ou seja, apenas alguns dos pensadores que me vêm à mente – reconheceram a necessidade de repensar e atualizar as categorias herdadas da análise social e da filosofia política à luz do desenvolvimento contemporâneo.

Nas décadas de 1970 e 1980, esse diagnóstico foi enquadrado por uma crítica ambiental cada vez mais poderosa, que assumiu uma forma cada vez mais abrangente na consciência nascente do antropoceno. Desde os anos 2000, à medida que o desenvolvimento global avançava com o crescimento econômico da China, que mudava o mundo, enfrentamos cada vez mais realidades que só podem ser descritas em termos que antes pareciam implausíveis ou grotescos.

Ao escrever o pequeno artigo do Financial Times sobre a policrise, tive Bruno Latour muito em mente e isso mostra minha dupla ênfase na heterogeneidade de forças em ação atualmente e no desafio conceitual que enfrentamos.

A lógica da acumulação de riscos, por outro lado, aponta menos para Latour – cuja descrição desse processo era bastante vaga – e mais obviamente para Ulrich Beck e sua visão de “sociedade de risco”. Para mim, Beck foi um ponto de referência importante em 2020, quando estávamos na presença do choque da pandemia do novo coronavírus. O ponto central de minha nota no Financial Times, apenas uma versão beckiana, foi ter colocado em primeiro plano o grau em que a policrise emerge na era atual, tendo em mente os nossos esforços de gerenciamento de crises. O que Beck nos ensinou foi que o risco não é mais simplesmente “natural”, mas um fenômeno de segunda natureza.

A minha leitura beckiana da policrise parece um pouco com a versão resumida daquela produzida por Christopher Hobson e Matthew Davies no artigo referido.

Uma policrise pode ser pensada como tendo as seguintes propriedades: (1) Múltiplas crises separadas acontecendo simultaneamente. Esta é seguramente a característica mais imediata e compreensível. (2) Ciclos de realimentação, nos quais as crises individuais interagem de maneiras previsíveis e inesperadas umas com as outras. Isso aponta para as maneiras pelas quais essas crises separadas se relacionam umas com as outras.

(3) Ampliação, em que essas interações fazem com que as crises se ampliem ou acelerem, gerando uma sensação de descontrole. A maneira como esses problemas separados se relacionam e se conectam funciona para exacerbar e aprofundar as diferentes crises.

(4) Falta de limite, pois cada crise deixa de estar claramente demarcada, tanto no tempo quanto no espaço, à medida que diferentes problemas surgem e se fundem. Torna-se cada vez mais difícil distinguir onde termina uma questão e começa outra.

(5) Camadas, uma dinâmica que atribuo à análise de Yixin, em que as preocupações dos grupos de interesse relacionadas a cada crise distinta se sobrepõem “para criar problemas sociais em camadas: problemas atuais com problemas históricos, problemas de interesse tangíveis com problemas ideológicos, problemas políticos com problemas não políticos; todos se cruzando e interferindo uns com os outros”.

(6) A quebra do significado compartilhado, o que decorre do fato de que as crises, assim como as formas complexas com que interagem entre si, são entendidas de forma diferente pelas pessoas. À medida que cada crise se confunde e se conecta às outras, torna-se mais difícil identificar um escopo e uma narrativa claros para cada crise distinta, bem como chegar a um acordo com todas as interações entre diferentes questões.

(7) Propósitos cruzados, em que cada crise individual pode impedir a resolução de outra crise, em termos de demanda de atenção e recursos, e a medida em que eles se entrelaçam dificulta a distinção e a priorização.

(8) Propriedades emergentes, o conjunto dessas dinâmicas, todas elas com alto grau de reflexividade, supera a soma total de suas partes. A policrise é, em última análise, muito mais do que uma coleção de crises menores e separadas. Em vez disso, é algo como uma versão sociopolítica do “efeito Fujiwhara”, um termo técnico usado para descrever quando dois ou mais ciclones se juntam, se transformam e se fundem.

Hobson publicou uma postagem interessante sobre o último livro de Ulrich Beck, The Metamorphosis of the World.

Não me havia percebido antes, mas o termo metamorfose também aparece com destaque no título do livro sobre a pandemia do COVID de Bruno Latour, After Lockdown: A Metamorphosis. Eis aí um tema ao qual será necessário voltar.

Definir a policrise nesses termos grandiosos e abstratos corre o risco de ser insípido. Configura-se um pouco como excessivamente Zeitgeist. Mas esse parece ser um risco que vale a pena correr, dado o drama da situação em que nos encontramos. Precisamos pensar “grande”. Ou melhor, precisamos aprender a transpor o vazio entre o muito grande e o muito particular, o micro e o macro – empregando aqui outro tema latouriano.

O que toda essa conversa de grandes processos sociais e movimentos da mente não deve obscurecer é até que ponto a crise atual é também uma questão de identidade, escolha e ação. Por mais que seja uma questão de sociologia, teoria social e grande amplitude histórica, é também uma questão de psicologia, tanto no nível grupal e muito íntimo, quanto de política.

A policrise nos afeta em todos os níveis. E se você quer levar a sério o problema de pensar in medias res, não pode colocar entre parênteses a questão da psicologia. Por enquanto, no entanto, vou adiar essa pergunta.

No entanto, a questão política não pode deixar de ser sinalizada nesta nota. E, nesse ponto, vou dar crédito por isso a Anusar Farooqui, também conhecido como @policytensor.

Para ele, a tensão do momento atual não é, afinal, apenas o resultado de processos de desenvolvimento de longo prazo ou de mudanças ambientais. Encontra-se massivamente exacerbada por aqueles responsáveis pela geopolítica e que tem resultado de decisões estratégicas tomadas pelas elites dos Estados nacionais. Algumas dessas elites foram eleitas, outras não.

O que é característico do momento atual – e é sintomático da policrise – é que os atores decisivos na Rússia, China e Estados Unidos, as três maiores potências militares, estão todos definindo suas posições como se as suas próprias identidades estivessem em jogo.

Na nota curta no Financial Times apontei para a Guerra Fria entre a China e os EUA – usando, assim, um termo chave reconhecidamente inadequado. Passei, então, a argumentar que a história recente foi moldada pela improvisação, mudanças de rumo, inovação e combate a crises. Trata-se de uma descrição justa ou apropriada? Pode-se realmente dizer que o governo Biden, os chineses, o regime de Putin estão lutando contra a crise? Ou eles estão simplesmente agravando as tensões mais e mais?

É certamente uma questão de dizer sim a essa polaridade; eis que os dois polos são interdependentes. Cada uma das grandes potências insistirá que está agindo defensivamente (lutando contra a crise no sentido amplo). Mas o que isso implica, se se sente que interesses fundamentais estão em jogo, é uma escalada, até mesmo ao ponto de chegar a uma guerra aberta ou arriscar um confronto atômico. É como a clássica Guerra Fria, mas só que pior, porque todos se sentem sob uma pressão verdadeiramente existencial e têm a sensação de que o relógio está correndo. Se ninguém acredita com confiança que tem o tempo do seu lado – e quem tem esse luxo na era da policrise? – cria uma situação muito perigosa.

Pode ser uma caminhada sem fim na corda bamba. Mas pelo menos não andamos sozinhos!

*Adam Tooze é professor de história na Universidade de Yale (EUA). Autor, entre outros livros, de O preço da destruição (Record).

Tradução: Eleutério F. S. Prado.

Publicado originalmente na newsletter Chartbook.

 

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