Segundo turno

Imagem: Marcio Costa
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Por OSVALDO COGGIOLA*

Por que e como votar à esquerda

Os principais jornais foram bastante homogêneos no balanço dos resultados das eleições municipais de 15 de novembro. Todos apontaram para um fortalecimento do “centro” político (ou centro-direita), em relação à extrema direita e à esquerda. O dado mais importante foi a abstenção, que atingiu a maior taxa do último quarto de século. Em 2016 tivemos 144,1 milhões de eleitores, com abstenção de 17,58% (total de votos a considerar: 118,8 milhões). Em 2020, para 147,9 milhões de eleitores, a abstenção foi de 23,48%. Se somarmos os votos em branco e nulos, esses números são mais impressionantes. Em São Paulo, a soma dos votos dos dois vencedores pouco ultrapassou 2,82 milhões; abstenções, anulações e votos em branco somaram… 3,66 milhões.

Os partidos históricos do chamado “centro”, o MDB (que conquistou 777 municípios) e o PSDB (que conquistou 519), também sofreram reveses. O Centrão que avançou eleitoralmente é um aglomerado de siglas (PP, PSD, PL PSC), geralmente mesas de negócios eleitorais. No Brasil existem 35 partidos políticos com legalidade eleitoral, dos quais 32 apresentaram candidatos. Boa parte são “siglas de aluguel”, utilizadas por testas de ferro do “crime organizado” (e, também, do “desorganizado”). Nesse quadro, também é significativo o que foi apontado por analistas da Folha de S. Paulo: “Se as últimas eleições foram marcadas por um movimento à direita do eleitorado, as deste ano tenderam a um movimento à esquerda”. A percentagem de votos do PT em 2016 foi de 6,8 milhões – 5,7%; o mesmo percentual em 2020 foi de 6,97 milhões – 6,2%. O PT disputa o segundo turno em 15 das 57 maiores cidades do país, tendo ocupado o primeiro lugar em sete. Em 2016, ou PT elegeu apenas um prefeito no grupo das maiores cidades, nas quais, este ano, obteve um aumento de votos de 20% em relação a 2016.

O bolsonarismo não sofreu um revés, mas um verdadeiro desastre. Todos os candidatos importantes explicitamente apoiados pelo Bolsonaro, com a presença do presidente em sua propaganda eleitoral, foram derrotados. Bolsonaro e seus apoiadores o atribuíram imediatamente à ação de hackers. Seu candidato paulista começou a campanha eleitoral com pesquisas que lhe atribuíam 30%: nas urnas, mal superou 10%. Já o PSL, veículo de Bolsonaro para chegar à presidência em 2018, quando elegeu o presidente, três governadores, 52 deputados federais e 76 deputados estaduais, naufragou em 2020 nas principais cidades do país. Embora naturalmente limitadas em seu escopo, as eleições municipais demonstraram que o de Bolsonaro é um governo à deriva. Em 85 cidades, no entanto, o PT se apresentou em coligações com o PSL …

O balanço do primeiro turno das eleições municipais foi inequivocamente uma derrota para Bolsonaro, sem partido e sem candidatos vitoriosos em nenhuma das capitais. Diga-se, de passagem, que a clique bolsonarista, depois de deixar a PSL por questões de caixa, refugiou-se para candidatar-se no Republicanos, o partido fundado por José Alencar, quando vice-presidente de Lula. O golpe contra o governo tem sido tão extenso que os candidatos outrora campeões de bolsonarismo se esforçam agora para se dissociarem do presidente-pé-frio. Bolsonaro fez campanha para 59 candidatos, dos quais apenas nove foram eleitos. Entre os 13 candidatos à prefeitura que tiveram votos solicitados por Bolsonaro, apenas dois chegaram ao segundo turno (Rio de Janeiro e Fortaleza) e outros dois foram eleitos em cidades do interior do Piauí e Minas Gerais. O ato eleitoral foi também marcado por uma operação do bolsonarismo, executada desde o exterior. Por meio de um ataque hacker sem precedentes aos sistemas de justiça eleitoral e de uma furiosa campanha nas redes sociais, os bolsonaristas prepararam o terreno para questionar a fiabilidade do voto electrónico e reavivar a demanda pelo voto impresso.

Bolsonaro explicitou os seus planos na segunda feira 16 de novembro de manhã, tweetando que “com um sistema de votação melhor” conquistará a reeleição em 2022. Politicamente desvalorizado, ele conta com o aparelho policial e as dificuldades de fiscalização que propiciaria o voto impresso, para tentar uma gigantesca operação de fraude, uma carta que ele já tinha jogado em 2018 quando, a la Trump, anunciou que só reconheceria um resultado vencedor. O ensaio geral dessa operação foi a eleição no Rio de Janeiro, onde as milícias – que como um estudo recente demonstrou controlam 57% do território da cidade – condicionaram os votos nas comunidades, a favor de Crivella e Paes, com base na intimidação a mão armada. O objetivo estratégico da política das milícias é estabelecer as condições para um sistema permanente de fraude, baseado na violência política. De fato, esse primeiro turno tem sido uma das mais violentas eleições da história do país, com pelo menos 90 candidatos assassinados e mais de uma centena de feridos.

Entre os vencedores do primeiro turno destacam-se os partidos do Centrão. Na esteia do ciclo “luta contra a corrupção”, os partidos mais venais do país estiveram entre os que mais progrediram em relação a 2016: o PP passou de 495 para 682 prefeituras, e o PSD de 537 para 650. O outro grande beneficiário foi o DEM, que passou de 272 para 440. Do ponto de vista da situação política geral, o resultado significa para o governo, que já dependia do Centrão, ser, a partir de agora, totalmente refém das exigências materiais e de poder desse setor. Os movimentos políticos concretos devem esperar pela definição do segundo turno, mas, através de Ricardo Barros (PP), líder do governo na Câmara, foi expressa a ambição de assumir o controle do gabinete ministerial. A derrota do Trump já tinha desvalorizado o preço da cabeça de Ernesto Araújo no Itamaraty e de Ricardo Salles no Meio Ambiente, mas o Centrão também procura orçamentos vultosos, como os de Saúde, Minas e Energia, e Infraestrutura, atualmente sob o controle dos militares. A grande questão é o destino de Paulo Guedes, com um redesenho ministerial que deixaria o equilíbrio de poder no governo claramente a favor da ala “intervencionista”, centrada em torno do Ministro do Desenvolvimento Regional, Rogério Marinho.

O PT lutou para se recuperar depois de ter perdido quase 400 prefeitos em 2016: apresentou 1.234 candidatos a prefeito, 27% a mais que em 2016. Venceu em 178 municípios, um número expressivo, mas baixo se comparado às 628 prefeituras que conquistou em 2012, e uma queda também em relação aos 256 de 2016 (que eram fruto de um desastre político, 100 prefeitos abandonaram o PT depois do impeachment de Dilma). Seu fracasso mais marcante foi em São Paulo, governado três vezes pelo PT, onde seu candidato, Jilmar Tatto, mal superou 8% dos votos, abrindo uma crise, com setores da esquerda petista acusando Lula de ter abandonado a candidatura do seu próprio partido. A candidatura mais simbólica e eleitoralmente otimista apoiada pelo PT, a de Manuela D’Ávila (PCdoB) à prefeitura de Porto Alegre, iniciou a campanha eleitoral com pesquisas que a apontavam vencedora já no primeiro turno: chegou às urnas em segundo lugar.

A grande sensação do “avanço da esquerda” foi a chegada de Guilherme Boulos, do PSOL, ao segundo turno da eleição de São Paulo, com pouco mais de 20% dos votos válidos (quase 1,08 milhão), contra 1,75 milhões (quase 33%) de Bruno Covas, do PSDB. Boa parte do eleitorado do PT voltou-se para Boulos; a maioria dos analistas vincula o fenômeno à imagem de uma esquerda jovem (38 anos de idade de Boulos, contra 75 de Lula), não contaminada pela corrupção. O fenômeno foi nacional: com 17 candidatos a prefeito no segundo turno, o PT e o PSOL avançaram eleitoralmente nas 100 maiores cidades. O PSOL conquistou quatro municípios (foram apenas dois em 2016) e 88 cargos de vereador em todo o país, indo para o segundo turno também em Belém do Pará, a cidade mais importante do norte do país, com chances de vitória. No Rio de Janeiro, o PSOL conquistou sete vereadores (um a mais do que em 2016), tendo o candidato mais votado a vereador, superando em muito Carlos Bolsonaro (o mais votado em 2016), desempenho superior ao de sua chapa para a prefeitura, na qual teve um coronel da Polícia Militar como vice-candidato.

Ou seja, o PSOL tentou avançar “pela direita” e acabou avançando pela esquerda. Sua boa eleição para cargos “proporcionais” no Rio esteve ligada a candidaturas ligadas a movimentos de luta, não a policiais “humanitários”. O mesmo aconteceu em São Paulo, onde a imagem de Boulos, não o seu programa, está ligada ao fato de ser o principal líder nacional do movimento dos sem-teto (MTST), um dos mais atuantes no Brasil na última década. Boulos se cansou de explicar que a ação do MTST sempre se limitou a terrenos ou moradias públicas, abandonadas ou em situação irregular. Em nenhum caso, incluindo aqueles em que se trata de lutadores (especialmente lutadoras, no caso das “candidaturas coletivas”), as candidaturas do PSOL foram apresentadas como classistas ou vinculadas às lutas dos trabalhadores. Estas, que foram numerosas no último ano e sob a pandemia (metalúrgicos paulistas e paranaenses, Correios, trabalhadores da saúde, prestadores de serviços de aplicativos) não tiveram presença na campanha eleitoral, não foram mencionados na propaganda eleitoral na TV.

O programa de Boulos propõe melhorias em educação, saúde, transporte, acesso à moradia e meio ambiente, sem propor qualquer alteração importante na estrutura tributária. A Câmara de Comércio de São Paulo aplaudiu Boulos por sua visita a ela, e vários capitalistas deram apoio material à sua campanha. Manter a estrutura orçamentária basicamente igual é notável devido à regressividade tributária brasileira, inclusive municipal, em uma cidade que, além de ser um paraíso internacional da especulação imobiliária, possui nada menos que o terceiro maior orçamento do país. Em que pese isso tudo, a demonização pública de Boulos pelo triunfante bolsonarismo em 2018 permite que seu voto em 2020 seja caracterizado como uma manifestação política anti-Bolsonaro.

Certamente, grande parte do fluxo eleitoral de Boulos se deve ao deslocamento de votos do PT. Boa parte é recrutada nas periferias mais pobres, onde há lutas por moradia, mas sua votação percentualmente mais importante foi nos bairros de classe média, ultrapassando 30% em Perdizes, Bela Vista e Pinheiros. Não é um voto de classe (que o PSOL nem mesmo reivindica), mas um voto “progressista” dentro dos limites da “redistribuição da riqueza”. A presença de grupos “trotskistas” dentro do PSOL (ou apoiando-o de fora), sem outra delimitação política que a crítica pontual aos candidatos mais escandalosamente burgueses, revela que esses grupos, apesar de sua “ideologia”, perderam, mesmo com um posicionamento “anti-capitalista” ou socialista, a bússola política de classe.

O PSTU entrou em colapso eleitoral, apesar de sua presença significativa no movimento sindical de classe e em algumas lutas operárias significativas. Suas candidaturas no Rio e em São Paulo mal ultrapassaram três mil votos, o equivalente, em São Paulo, a 0,05% dos votos válidos. Sua candidatura no Rio, um sindicalista bancário classista, dobrou esse percentual, chegando a 0,1%. A sua ausência na propaganda eleitoral na TV é o motivo apresentado, juntamente com a dificuldade de realização de uma campanha nas ruas em condições de pandemia. Com exceções, as candidaturas do PSTU cederam à onda de candidaturas de “identidade” (“o partido com maior percentual de candidaturas femininas ou negras”), colocadas em primeiro plano, terreno onde os defensores abertos do identitarismo anticlassista sempre levam a melhor. Lembremos que o PSTU sofreu, há alguns anos, uma cisão que levou boa parte de seus membros para o PSOL.

Rodrigo Maia avaliou que o resultado do primeiro turno mostrou que o ciclo que elegeu Bolsonaro em 2018 deve se repetir “apenas em 30 ou 40 anos”, fazendo eco de uma guinada política que se multiplica entre os porta-vozes da grande burguesia, se afastando de Bolsonaro. Está começando a tomar forma uma substituição que visaria a reedição, noutras condições, do bloco PSDB-PMBD-DEM, que apoiou o ciclo FHC, cujo eixo se manifesta na campanha de Bruno Covas sob o lema “contra o radicalismo”. Esta perspectiva encontra eco nas Forças Armadas, onde há uma crescente procura para se distanciarem (e lavarem as mãos) do governo Bolsonaro, alegando que “o país vota contra os extremos”. A aposta para recolher as viúvas do bolsonarismo entre a burguesia e o aparelho militar e, com isso, aggiornar esse prato requentado, passa por negociar a inclusão de Sergio Moro na panelinha, eventualmente com algum “outsider”, tipo Luciano Huck, como porta-bandeira.

À esquerda, o resultado eleitoral ratificou a desestruturação política das bases da classe operária. As análises da esquerda sobre o resultado oscilaram entre um balanço triunfalista superficial e despolitizado, por um lado, ou atribuindo a passagem de Boulos ao segundo turno a um mero fenômeno midiático. O fato de Boulos ter surgido como uma nova figura com projeção nacional mostra que para que algo novo surgisse na esquerda tinha de estar ligado de alguma forma à mobilização de massas. Mesmo que de forma distorcida, Boulos representa um emergente do principal movimento de luta popular (o MTST) que surgiu no contexto do ciclo petista e da sua tentativa de integrar todas as organizações de massas ao Estado capitalista. O MTST só conseguiu despertar o interesse real de setores da classe trabalhadora para a luta pela habitação se diferenciando do PT. Tendo conseguido uma tribuna política a partir dessa experiência, Boulos esforça-se agora por ser palatável à burguesia insatisfeita com os desmandos de Bolsonaro (“ocupávamos propriedades para defender a propriedade”).

Em perspectiva histórica, o “fenômeno” Boulos e o PSOL são o resultado do silenciamento da classe trabalhadora na arena política e a sua substituição pelos “excluídos”, os “pobres”, a luta pela “cidadania”. Ou seja, o processo de despolitização promovido no ciclo petista pela aposta estratégica do núcleo dirigente do PT em sufocar e neutralizar qualquer tendência para a independência de classe na vida social brasileira. A suposta superação do PT que o PSOL pretendia encarnar reforçou esse processo e complementou-o com o domínio da política identitária por sobre qualquer expressão de classe. Não se pode esquecer que essa eleição acontece no meio de uma profunda crise social, sanitária, económica e política, com um governo reacionário que se encontra atolado e sem rumo. Nessas condições, a classe trabalhadora está ausente como expressão política na disputa eleitoral, mesmo em condições em que segundo maior partido do país (o PT) controla a maior central sindical da América Latina (a CUT).

As organizações operárias brasileiras ainda estão em pé, mas não têm qualquer estruturação política, o que é o resultado de toda uma trajetória consciente do lulismo nos últimos 30 anos. Os blocos conquistados pelo PSOL nas câmaras de vereadores de São Paulo e do Rio são dominados por candidaturas de natureza identitária, com reivindicações democráticas e sem candidatos operários ou de classe. Como reflexo de todo esse processo, o PSTU, que controla a CSP-Conlutas, uma central que reúne vários sindicatos importantes a nível nacional e regional, teve uma votação marginal, indicando que obteve poucos votos da sua influência imediata nos meios operários.

A candidatura de Boulos, indo para o segundo turno em São Paulo, certamente o fato mais significativo da eleição, não é uma candidatura de classe, pelo seu programa ou conteúdo social. Porém, é necessário analisar se o voto em Boulos pode representar um canal de mobilização na luta contra Bolsonaro. Num panorama de desorientação e fraqueza das organizações históricas do movimento operário e popular, é evidente que a imensa maioria dos lutadores nutre uma expectativa na vitória de Boulos. Com as particularidades da eleição paulista, representa claramente uma candidatura contra Bolsonaro, e uma vitória dela daria um novo impulso à crise do governo.

Com nuances diferentes, um raciocínio semelhante cabe realizar com relação ao segundo turno em Belém, com Edmilson Rodrigues (PSOL) contra um candidato miliciano; em Porto Alegre, com Manuela D’Ávila (PCdoB); e até certo ponto em Recife, com Marília Arraes (PT). Um caso completamente diferente é o do Rio de Janeiro, onde a segunda volta entre Crivella e Eduardo Paes apresenta dois candidatos bolsonaristas (um explícito, outro por contrabando) que devem ser igualmente rejeitados. Crivella era o candidato original de Bolsonaro, mas a perspectiva de derrota levou as bases dos bolsonarismo (as milícias) a operar abertamente para a vitória de Paes. O número recorde de abstenções e de voto nulo no Rio refletiu uma consciência generalizada, entre as camadas mais politizadas dos trabalhadores cariocas, de que foi montada uma armadilha podre, que só merece um forte repúdio político.

Compreensivelmente, o cenário para o segundo turno abriu um debate entre o ativismo sindical classista e juvenil; não são poucos os que defendem o voto nulo em todos os casos, argumentando que o voto nos candidatos da esquerda frente-populista não constitui um voto de classe. Do ponto de vista metodológico, contudo, a definição em relação ao voto deve partir da caracterização da situação política, e não de uma simples questão doutrinária. O quadro eleitoral, no contexto da crise, indica que nos encontramos numa fase de transição para um 2021 que augura (com a “normalização” gradual que virá à medida que a vacinação for sendo desenvolvida) um cenário de grandes lutas de massas.

Na ordem do dia estará a disputa sobre quem paga a conta dos generosos subsídios recebidos pelos bancos e empresas e, também, a materialização da imensa insatisfação popular perante os crimes de Bolsonaro e seu governo, contida neste ano pelos limites impostos pela pandemia. A questão da votação no segundo turno deve ser respondida a partir desse ângulo. A preparação política da luta pelo Fora Bolsonaro, mais vigente do que nunca, exige um voto subordinado a esse objetivo. Anular o voto é se colocar à margem do problema, e permanecer alheio às aspirações da maioria dos trabalhadores e lutadores. Isto não significa qualquer apoio aos eventuais governos de Boulos, Edmilson ou Manuela, mas apenas um passo necessário na transição para um agrupamento dos lutadores em torno de um programa independente. Para o grande capital, trata-se de aproveitar os anos restantes de um Bolsonaro politicamente enfraquecido, mas com seus aliados parlamentares fortalecidos, para impor todo tipo de reformas reacionárias. Para o movimento operário e popular, trata-se de aproveitar essa fragilidade para organizar a luta contra elas.

*Osvaldo Coggiola é professor titular no Departamento de História da USP. Autor, entre outros livros, de Questões de história contemporânea (Oficina de livros).

 

 

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