Nise da Silveira

Ben Nicholson OM, 78 de novembro (paisagem estranha), 1978.
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Por ANDREZÃO SIMÕES*

Poema em resposta ao veto do presidente

 

Se minha Nise falasse

Quem é você pra julgar a minha história
Quem é você pra vetar nossa memória
Seu veto não me veta
Seu veto não me afeta
Sou mulher do mundo inteiro
Sou do povo brasileiro
Você veta hoje, eu voto amanhã
Você veta hoje, eu voto amanhã
De Alagoas, nordestina
Em Salvador fiz medicina
Psiquiatra feminina
Fui no coração da loucura
Amei animais, cholinhas e bichanos
Amei o bicho, humano, insano
Enfrentei desventura e ditadura
Nasci de heróis e heroínas
Sabe aquela rosa do fuzil
Sabe a coragem das meninas
Estou no florescer desse Brasil
Vivo em tanta gente
Na poesia ou na imagem
Que brota lá do inconsciente
Com flor de Rosário na bagagem
Arte liberta indigente
Arte derruba prepotente
Arte levanta uma nação
Arte cura o cidadão
E já que sua caneta é miúda
e sua ignorância é graúda
Agradeço a homenagem
E para a tal sacanagem
Faço agora como meu gato
Levanto o rabo e nem dou papo.

*Andrezão Simões é produtor artístico e terapeuta junguiano.

 

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