Relatórios secretos

Imagem: Artem Saranin
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Por SEYMOUR HERSH

A questão sem resposta é: por que a intenção do Hamas em atacar Israel foi ignorada, quando Tel Aviv sabia o que poderia ocorrer

Fui a Beirute pela primeira vez mais de um ano depois dos ataques de 11 de setembro nas cidades de Nova Iorque e Washington, quando ficou claro que os homens então no comando da Casa Branca – George Bush e Dick Cheney – iriam responder aos fanáticos de Osama bin Laden indo à guerra contra o governo secular de Saddam Hussein no Iraque, que nada teve a ver com o 11 de Setembro.

Conduzi então a primeira de longas entrevistas com o xeque Hassan Nasrallah, chefe do Hezbollah. A sua milícia xiita provocava ansiedade e medo em todo o Oriente Médio, bem como na Washington oficial. A mensagem inicial de Hassan Nasrallah para mim foi a que ouvira anteriormente de um proeminente homem do petróleo do Oriente Médio: os Estados Unidos não mudarão o Iraque, mas o Iraque mudaria os Estados Unidos… para sempre.

Essa viagem foi a primeira de muitas a Beirute, e tive novas reuniões com Hassan Nasrallah nos anos seguintes, mas o que nunca deixou de me sobressaltar, e depois deprimir, foram os sinais remanescentes da guerra civil de 15 anos que acabou por envolver Israel e a Síria, assim como vários partidos políticos e facções militares dentro do Líbano. Os edifícios de apartamento em ambos os lados da Linha Verde, uma via principal que dividiu as comunidades cristã e muçulmana, estavam cheios de buracos de balas e foguetes, alguns rejuntados e outros não. Eu tinha amigos europeus que moravam em um dos prédios esburacados e foi perturbador visitá-los, como se eu estivesse na Berlim bombardeada após a Segunda Guerra Mundial.

Descobriu-se que o bombardeio israelita que destruiu a sociedade muçulmana libanesa em 1982 foi justificado pela falsa alegação de Israel de que a Organização para Libertação da Palestina (OLP) teria ameaçado a vida de um diplomata israelita em Londres. Israel conseguiu o que queria com as suas bombas: o exílio forçado, naquele verão, do presidente da OLP, Yasser Arafat, e de mais de 8.000 membros do seu maltratado exército para Túnis.

Toda essa história estava viva para mim. Eu tinha escrito anteriormente sobre a negligência de Henry Kissinger – talvez desdém seja uma palavra melhor – pela falta de compreensão da OLP de que a única questão importante no Médio Oriente àquela altura para a Casa Branca era afastar a influência soviética de lá. Yasser Arafat – observaria Kissinger desdenhosamente no seu livro de memórias de 1979, The White House Years (Os anos na Casa Branca) ― reivindicava a criação de um “Estado secular democrático” na Palestina, “que teoricamente permitisse que judeus, árabes [muçulmanos] e cristãos vivessem juntos com direitos iguais”.

A resposta assassina e desproporcional mais recente de Israel, ao ataque do Hamas em 7 de outubro, levou-me de volta ao trabalho de Rashid Khalidi, um professor carismático e altamente respeitado de estudos árabes modernos da Universidade de Columbia. Comecei conhecendo Rashid Khalidi como um ex-professor da Universidade de Chicago, onde ele foi um dos muitos acadêmicos liberais, senão radicais,[i] que fizeram amizade com Barack Obama e sua esposa, enquanto este último lecionava direito por lá [de 1996 a 2004]. Barack Obama relegaria a maioria deles à indiferença durante sua ascensão meteórica de deputado estadual a uma cadeira no Senado, e daí à presidência dos Estados Unidos.

Conheci Rashid Khalidi muito melhor, no entanto, através dos seus escritos acadêmicos e declarações públicas sobre a recusa dos Estados Unidos em ser um mediador honesto nos conflitos em curso no Oriente Médio. Seu estudo inovador sobre a luta pela sobrevivência da OLP, The Hundred Years’ War on Palestine (A Guerra dos Cem Anos na Palestina), publicado em 2020, contém uma análise severa, a partir de uma perspectiva palestina, de como a liderança israelense alcançou seu objetivo durante as conversações de paz de Camp David, em 1979, sob a liderança do presidente Jimmy Carter.

Esse objetivo, afirmou Rashid Khalidi, era “colocar a questão palestina na geladeira”, em troca da devolução por Israel da Península do Sinai ao Egito, para manter este último fora do conflito árabe-israelense. Como Rashid Khalidi registrou astutamente, este acordo “concluiu a transição do Egito do campo soviético para o campo americano, neutralizando os aspectos mais perigosos do conflito entre superpotências no Médio Oriente”.

As intenções de Jimmy Carter em relação ao destino dos palestinos podem ter sido nobres, mas o tratado de paz amplamente elogiado que resultou, escreveu Rashid Khalidi, “sinalizou a aquiescência dos Estados Unidos à expressão extrema de negação dos direitos palestinos por parte de Israel”. E esse foi “um caminho cimentado pela administração de Ronald Reagan”. O primeiro-ministro israelense, Menachem Begin e os seus sucessores do partido de direita Likud – Yitzhak Shamir, Ariel Sharon e Benjamin Netanyahu – formaram, disse Rashid Khalidi, uma “oposição inflexível à criação de um Estado palestino, à soberania ou ao controle sobre a Cisjordânia e Jerusalém Oriental”. A Palestina pertenceria exclusivamente ao povo judeu, “e não existiria um povo palestino com direitos nacionais”.

Era 4 de junho de 1982, uma sexta-feira. Rashid Khalidi participava de uma reunião na Universidade Americana de Beirute, onde lecionou durante seis anos. De repente, caíram bombas de 900 quilos, claramente vindas de aviões israelenses. Desencadeou-se o pânico habitual, e mulheres e crianças foram levadas para um local seguro. Não houve qualquer aviso sobre os pesados ataques contra alvos em Beirute e no sul do Líbano, que até hoje está firmemente sob controle do Hezbollah. Isso foi seguido por uma invasão terrestre israelense do Líbano. “Durante o cerco”, disse Rashid Khalidi, “casas inteiras foram destruídas e grandes áreas foram devastadas na metade ocidental [muçulmana] da cidade, já fortemente danificada. Quase cinquenta mil pessoas foram mortas ou feridas no pior ataque a uma capital árabe desde a Segunda Guerra Mundial. Os ataques só foram retomados com a invasão americana do Iraque em 2003.

Durante as dez semanas de combates que terminaram em meados de agosto de 1982, mais de 19 mil palestinos e libaneses, a maioria civis, foram mortos e mais de 30 mil foram feridos. Três grandes campos de refugiados palestinos foram atacados por Israel ou pelos seus aliados libaneses nas semanas seguintes, incluindo os notórios campos de Sabra e Shatila, cujos refugiados foram massacrados. Israel também impediu o fornecimento de água, eletricidade, alimentos e combustível aos sobreviventes. Um cenário assassino que se repetiria em Gaza quarenta anos depois.

Naquela época, como agora, escreve Rashid Khalidi, os Estados Unidos apoiaram Israel com armas, informações e dinheiro. A decisão de invadir o Líbano em 1982 foi tomada pelo governo israelense, admite Rashid Khalidi, “mas sem a aprovação expressa do secretário de Estado norte-americano, Alexander Haig, ou sem o apoio diplomático e militar dos Estados Unidos, combinado com a completa passividade dos governos árabes, ela não seria exequível”.

A crítica de Rashid Khalidi aos fracassos morais e políticos dos Estados Unidos e dos Estados árabes é, na minha opinião, avalizada pelo fato de, no seu livro, ele também se dispor a criticar a liderança da OLP, pelo que chama de “comportamento autoritário e muitas vezes arrogante” que minou significativamente o apoio popular ao movimento. Os ataques de retaliação da OLP dentro de Israel, escreve ele, “frequentemente visavam alvos civis e aparentemente pouco fizeram para promover a causa nacional palestina, se não é que a prejudicaram”. Rashid Khalidi acusa especialmente a liderança da OLP por sua incapacidade de “reconhecer a intensidade da hostilidade suscitada pela sua própria má conduta e estratégia equivocada, que constituiu uma das maiores fraquezas da OLP durante este período”.

Oito dias após a mais recente invasão israelense de Gaza, o New York Times publicou um ensaio de advertência de Rashid Khalidi na sua página de opinião. Ele instou a administração de Joe Biden a considerar cuidadosamente a sua oferta de apoio quase incondicional a Israel após o ataque do Hamas em 7 de outubro.

“A última vez”, escreveu Rashid Khalidi, “que um presidente e os seus conselheiros permitiram que perdas inimagináveis ditassem a política foi depois do 11 de Setembro, quando lançaram duas das guerras mais devastadoras da história americana, que destruíram dois países, causaram a morte de meio milhão ou mais de pessoas e fez com que muitas pessoas em todo o mundo vilipendiassem os Estados Unidos”.

Rashid Khalidi não apareceu mais nas páginas de opinião do New York Times desde então. E depois de reler cuidadosamente seu livro, fiquei intrigado com o fato de que o bombardeio israelense de Beirute em 1982 não tenha sido uma resposta direta a um ato específico de agressão, como foi o caso da invasão de Gaza no outono passado. A liderança israelense estava aparentemente convencida, naquela altura, de que a mera presença ali do usualmente confiante Arafat e da sua OLP justificaria o bombardeio.

Representaria a liderança do Hamas, subsidiada secretamente por centenas de milhões de dólares do Catar, com o conhecimento e a assentimento de Israel nos mais altos níveis para isso, uma ameaça iminente a Israel em 2023, tal como o era Arafat em 1982? Se não fosse, seria então necessário um casus belli para justificar de uma vez por todas a eliminação de outra ameaça palestina?

Tem saído uma série de matérias na imprensa israelense sobre relatórios de inteligência de alto nível, baseados em intercepções e outras fontes, detalhando os planos do Hamas, durante grande parte do ano passado, para uma invasão transfronteiriça do sul de Israel. O temido ataque se deu com surpreendentemente pouca resistência, e a liderança de Israel, sob Benjamin Netanyahu, garantiu repetidamente ao público que haverá uma investigação completa sobre o fracasso da comunidade de inteligência em avaliar e encaminhar adequadamente tais relatórios. Também ficou claro que essa investigação só terá lugar depois de terminada a guerra em curso em Gaza.

O tema dessa investigação desapareceu das manchetes à medida que o ataque planejado a Gaza se transformou numa sangrenta guerra urbana, em que o número de mortes israelenses em combate aumenta constantemente, entre os inumeráveis palestinos inocentes que não são mais que “danos colaterais da violência”, como se usa dizer em todas as guerras.

Escrevi muitas vezes sobre os segredos norte-americanos ao longo das últimas sete décadas e guardei deles dois elementos de informação que, quando colocados lado a lado, indicam, para este caso agora, ou uma incompetência grosseira por parte dos políticos e generais israelenses que travam esta guerra, ou então um plano para… envolver a liderança do Hamas num ataque e numa guerra que ela não poderia vencer.

Foi amplamente noticiado em Israel que, no verão passado, uma brilhante e atenta oficial da agência de inteligência eletromagnética ultrassecreta de Israel, a Unidade 8200, começou a observar e a relatar um programa de treinamento do Hamas, claramente destinado a encontrar uma forma de entrar em Israel para invadir e fazer reféns militares. Seus relatórios passaram despercebidos, e ela veio a público. Isto foi amplamente divulgado pelos meios de comunicação locais e internacionais, e as declarações oficiais a respeito variaram desde – estou aqui exagerando na primeira – a ideia de que a agente em questão era apenas uma moça facilmente excitável, até à ideia de que o Hamas definitivamente não era uma força que pudesse conduzir tal operação. O que ela teria visto seria apenas um exercício de possibilidades.

Em novembro, quando o assunto da Unidade 8200 estava desvanecendo, tomei conhecimento, a partir de fontes outras, de que as câmaras e sensores de satélite altamente secretos e poderosos dos Estados Unidos tinham fornecido às autoridades israelenses vídeos do treinamento do Hamas. O vídeo americano mostrava que o Hamas havia montado um kibutz simulado semelhante àquele atacado em 7 de outubro, e o vídeo continha diálogos completos.

O New York Times obteve mais tarde cópias dos relatórios originais da Unidade 8200 e concluiu, numa reportagem de primeira página, que as unidades atacantes do Hamas tinham “seguido o plano com precisão impressionante”, tal qual descrito nos relatórios de inteligência originais da Unidade 8200. O New York Times também informou que não estava “claro” se Benjamin Netanyahu, o homem que comanda a guerra, não teria, também ele, visto os documentos originais da Unidade 8200.

Como vim a saber esta semana, através de uma fonte israelense bem informada, Benjamin Netanyahu realmente “viu e leu” a avaliação da Unidade 8200, e foi alertado pela inteligência do exército israelense de que o seu “plano de mudança interna de regime se tornara uma questão de debate em alto nível” – aparentemente interceptado também pela Unidade 8200 – “dentro do Hamas, do Hezbollah e do Irã. E eles estariam acelerando os planos para atacar Israel, convencidos de que os militares e a opinião pública israelenses estavam significativamente enfraquecidos pela divisão política e pelos embates gerados”.

A fonte israelense disse que Benjamin Netanyahu está “agora fazendo uma última tentativa de permanecer no poder, acusando os militares, o Shin Bet e o Mossad” – as duas principais agências de inteligência de Israel – “de ocultar informações dele”.

Quarenta anos atrás, quando eu estava investigando uma história delicada para o New York Times, sobre um carregamento ilegal de gás neurotóxico para a Alemanha, lar do Zyklon B,[ii] descobri que Benjamin Netanyahu, então vice-embaixador de Israel nos Estados Unidos, era interlocutor privilegiado do escritório do jornal em Washington, no que respeita às informações de inteligência mais secretas dos Estados Unidos.

Eu havia deixado o jornal em 1979 para escrever um livro, mas Abe Rosenthal, o editor-chefe do jornal, adorava histórias que ganhassem as manchetes e me permitia aparecer na primeira página sempre que tivesse algo a oferecer. (Abe dizia aos outros que era como tirar leite de uma vaca sem ser dono da vaca. Para mim, era como se eu publicasse artigos no jornal sem estar no jornal. E isso funcionou para nós dois até Abe Rosenthal se aposentar).

Qualquer história envolvendo a Alemanha e um gás mortífero era um tema difícil, e um repórter experiente do escritório do New York Times em Washington me aconselhou a visitar Benjamin Netanyahu. Liguei e fui convidado para uma reunião tarde da noite na embaixada de Israel, no noroeste de Washington. Conversei brevemente com o homem, que era inteligente e rápido, e ele disse que entraria em contato comigo.

Na tarde seguinte, no jornal, recebi um grande envelope contendo duas fotografias ultrassecretas de satélite que mostravam caixas de gás neurotóxico sendo descarregadas num local identificável em Berlim Ocidental. As fotos, que não utilizei, foram as evidências que eu precisava para publicar a matéria. (Eu estava escrevendo sobre a inteligência americana, e as fotos ultrassecretas de satélite, que eram parte de um projeto chamado Talent Keyhole, não estavam autorizadas a ser compartilhadas com governos estrangeiros). O que os outros repórteres do New York Times fizessem não me dizia respeito, mas eu fiquei perturbado com essa interação.

Quando necessário, busquei informações de inteligência para divulgar uma história que o público precisava saber. Eu acreditava então, e ainda acredito, que Benjamin Netanyahu estava fazendo tudo o que podia para cair nas boas graças do New York Times, o jornal mais importante dos Estados Unidos, porque entrevia um caminho político rumo à liderança de Israel, e o New York Times era um ativo incontornável para tal objetivo.

A questão sem resposta em tudo isto é: por que o tema da intenção do Hamas em atacar Israel, tal como elaborado claramente pela Unidade 8200, não foi levado adiante? Falta de recursos? O ritmo frenético dos relatórios diários? Incompetência? Ou foi uma decisão consciente de desviar o olhar? Seja qual for a razão, aqueles que procuraram uma desculpa para atacar maciçamente Gaza e expulsar os seus residentes conseguiram o que queriam.

*Seymour Hersh é jornalista especializado em geopolítica, atividades dos serviços secretos e assuntos militares dos Estados Unidos.

Tradução: Ricardo Cavalcanti-Schiel.

Publicado originalmente em Substack/ Seymour Hersh.

Notas do tradutor


[i] O autor lança mão aqui da topologia clássica norte-americana que classifica as vertentes políticas do país segundo três caracterizações: conservadora, liberal e radical. Esta última, que teve sua presença mais visível nos anos 60-70 do século XX, é hoje, no cenário institucional daquele país, praticamente uma excrescência museológica.

[ii] O Zyklon B foi o gás utilizado nas câmaras dos campos de extermínio nazistas.


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