A idade da pedra

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Por LUIZ BERNARDO PERICÁS*

Apresentação do livro de contos de José Carlos Mariátegui

Antes de se tornar um dirigente político, um exímio “intérprete” da realidade peruana e um dos mais importantes intelectuais marxistas latino-americanos, José Carlos Mariátegui escrevia crônicas e contos para a imprensa limenha, assim como poemas e peças de teatro, produzindo um material muito distinto do que iria apresentar ao público anos mais tarde.

Era sua fase de juventude, um período denominado por ele de “a idade da pedra”. À época, publicou em revistas e jornais como La Prensa, El Tiempo, La Razón, Colónida, El Turf, Lulú, Mundo Limeño e Nuestra Época. Em vista disso, o estudioso Genaro Carnero Checa sugeriu que aquela etapa poderia ser dividida em “três estações”: a primeira, quando ele utilizava o pseudônimo Juan Croniqueur, entre 1909 e 1916; em seguida, sua atividade em El Tiempo e Voces (1916-1918); e, finalmente, sua colaboração com La Razón e Nuestra Época, nos anos de 1918 e 1919.

Seu primeiro artigo, de 1911, veio à luz em La Prensa, conhecidoperiódico editado na capital.[i] Foi quando começou a utilizar sua alcunha mais famosa, assim como outras, como “Jack”, “El de Siempre”, “El Joven H”, “Sigfrido”, “Monsieur de Camomille”, “Val D’Or”, “Kendal”, “Kendalif”, “Kendeliz Cadet”, “Cyrano III” e “Revoltoso” (algumas das quais usadas apenas uma vez).[ii] Em La Prensa, escreveu nas seções “Al margen del arte”, “Crónicas”, “Actualidad política”, “Del momento” , “Cuentos de hoy” e “Cartas a X: glosario de las cosas cotidianas”. Segundo Alberto Flores Galindo, entre 1º de janeiro de 1914 e 22 de junho de 1918, Mariátegui produziu mais de 700 textos,[iii] o que mostra uma intensa atividade como escritor e periodista ao longo daqueles anos.

É verdade que o próprio José Carlos Mariátegui, mais tarde, iria rejeitar aqueles escritos. E mesmo o nom de plume Juan Croniqueur. Afinal, já em meados de 1918, na página editorial de Nuestra Época, um artigo daquele jornal diria que “nosso companheiro José Carlos Mariátegui renunciou totalmente a seu pseudônimo Juan Croniqueur, pelo qual é conhecido, e decidiu pedir perdão a Deus e ao público pelos pecados que escrevendo com este pseudônimo havia cometido”[iv] (paradoxalmente, vários de seus artigos enviados quando vivia na Itália apareceriam em El Tiempo com aquela alcunha).

De acordo com o mesmo Carnero Checa, Mariátegui costumava dizer aos amigos que muito raramente assinava seus artigos com seu verdadeiro nome até antes de retornar da Europa, e o fazia, seguramente, por intuição, por pressentimento, dando a entender que seu material de então não fosse bom o suficiente. Ele comentava que não reconhecia nenhuma “paternidade” do que havia escrito com sobriquets.

E que aqueles textos de juventude o “ruborizavam”, já que os versos e crônicas que publicava então, a seu ver, eram demasiadamente ruins e, ao que tudo indica, o deixavam envergonhado de tê-los escrito.[v] Talvez por isso que, ao voltar de sua temporada no Velho Continente, ele tivesse mandado seus familiares destruírem todos os recortes de seus artigos que sua mãe guardava em um baú. Aquele material todo seria queimado, juntamente com suas Cartas de Italia,escritas posteriormente, que também o desagradavam.[vi]

Em uma entrevista concedida para Mundial, em julho de 1926, por sua vez, ele afirmou que “se em minha adolescência minha atitude foi mais literária e estética que religiosa e política, não há do que se surpreender. Esta é uma questão de trajetória e uma questão de época. Amadureci mais que mudei. O que existe em mim agora existia embrionária e ocultamente quando eu tinha vinte anos e escrevia disparates dos quais não sei por que as pessoas ainda se lembram. Em meu caminho, encontrei uma fé. Eis aí tudo. Mas a encontrei porque minha alma havia partido desde muito cedo em busca de Deus. Sou uma alma agônica como diria Unamuno. […] Há alguns anos eu havia escrito que não ambicionava senão realizar minha personalidade. Agora, prefiro dizer que não ambiciono senão cumprir meu destino. Na verdade, é dizer a mesma coisa. O que sempre me havia aterrado é trair a mim mesmo. Minha sinceridade é a única coisa a que nunca renunciei. A todo o demais renunciei e renunciarei sempre sem me arrepender”.[vii]

Dois anos mais tarde, em carta ao escritor e editor argentino Samuel Glusberg, diretor da revista La Vida Literaria, ele comentaria que desde 1918 havia se orientado para o socialismo e rompido com seus primeiros “tanteos” de literato inficionado de decadentismos e bizantinismos finisseculares.[viii] E mesmo em sua obra mais importante, Sete ensaios de interpretação da realidade peruana, Mariátegui afirmaria que em sua adolescência literária se nutriu de decadentismo, modernismo, esteticismo, individualismo e ceticismo.[ix]

Essas, algumas das correntes literárias e estéticas que o Amauta identificava como parte de suas influências de juventude. Entre os autores que o marcaram naquela época, nomes como Manuel González Prada, Abraham Valdelomar e Amado Nervo. Além de Pascoli, D’Annunzio, Wilde, Shaw, Mallarmé, Apollinaire, Verlaine, Sully, D’Aurevilly, Heine, Maeterlink, Valle Inclán, Azorín, Bécquer e Herrera Reissig.[x] Sua “universidade” no período em questão, segundo seu biógrafo Guillermo Rouillon, era “seu contato com os livros, a mesa de redação do periódico e o diálogo com homens extraordinários e de reconhecida solvência moral”.[xi]

Nesse tempo, ele ainda tinha uma atitude de “esnobismo” e “dandismo”, que se refletia em seus textos.[xii] Ainda assim, de acordo com o mesmo autor, o material que produzia então mostrava toda sua formação humanista, apesar de defender um suposto “aristocratismo estético”.[xiii] Em relação a seu grupo de amigos, sua principal influência à direita teria sido Valdelomar (artista de temperamento “sensual”, “epicurista” e “d’annunziano”) e à esquerda, César Falcón, leitor de Tolstói, Jaurès e Kropotkin, que “mostrava uma grande inclinação pelos problemas sociais e que tratava de se vincular aos meios operários”.[xiv] Apesar disso, naquele momento ele ainda se orientava por um “liberalismo democrático”, o que fazia com que atuasse dentro da lógica de uma política personalista.[xv] Só mais tarde ele iria se tornar marxista.

Os primeiros contos de José Carlos Mariátegui, “Juan Manuel”[xvi] e “Los mendigos”,[xvii] foram publicados (sem a sua assinatura) em agosto de 1914. Escreveu, ao todo, dezessete deles[xviii] até 1917, trabalhos posteriormente bastante criticados por alguns estudiosos de sua obra,[xix] ainda que a atitude de vários scholars mudasse ao longo do tempo e sua produção inicial fosse aos poucos revalorizada como fundamental para entender de forma integral sua trajetória.[xx] Possivelmente por causa do próprio julgamento crítico de José Carlos Mariátegui em relação àquele período, contudo, é que seus herdeiros, inicialmente, deixaram de fora das edições populares de suas Obras completas sua produção juvenil, o que resultou em uma coleção que (ao contrário do que o nome indicava) não representava, de fato, o conjunto “completo” de seus escritos.

Somente anos mais tarde, com a publicação da série Escritos juveniles, em oito volumes, e dos dois tomos de sua correspondência, é que esta questão foi, de fato, resolvida. Alberto Tauro, por exemplo, destaca naquelas histórias, a originalidade, a simplicidade e a equilibrada verossimilitude de seus temas, assim como “a cuidadosa descrição dos personagens e a cabal adequação do estilo”.[xxi]

Os contos de Mariátegui apresentam cenas cotidianas, relacionamentos amorosos muitas vezes inconclusos ou fracassados, comemorações de Carnaval, corridas de cavalo e até um episódio de guerra. Em geral, terminam em um anticlímax, sem um desfecho necessariamente favorável ao protagonista.

Em “Os mendigos”, a miséria humana é apresentada de maneira explícita e cruel ao leitor. Nessa história, dois homens se contrapõem num ambiente de disputas constantes e falta de empatia. A pobreza, a sujeira e as deficiências físicas são evidentes. E essas características compartilhadas, ainda assim, não os aproximam. Desprezados pela sociedade, que os ignora, vivem em um mundo marginal e animalesco, lutando pela sobrevivência. E se tornam inimigos. Em um contexto de abandono social, não há nenhuma demonstração ou tentativa de solidariedade.

Um dos personagens, o cego Antonio, tenta se aferrar às lembranças do passado distante, quando ainda tinha uma vida digna e decente, lembranças essas representadas por um retrato de sua antiga amada em um medalhão de metal (uma foto que, por sinal, não podia ver), que guardava no bolso e que servia para ele juntar forças e seguir em frente. Já seu rival, o deformado, corcunda e paralítico Paco, por outro lado, personifica a desistência de qualquer traço de generosidade e, aparentemente, procura a vingança contra o mundo injusto que o cerca, inconformado por sua condição física, afetiva e econômica deplorável.

Ele aparentemente nunca amara nem fora amado por ninguém. Por isso, esse último dá sinais recorrentes de maldade e sadismo, como no episódio em que amarra um cachorro para ser atropelado por um bonde ou quando rouba outros moradores de rua cegos, que viviam em condições semelhantes à sua. Ele não se importa. O resultado, ao final, é o assassinato de Paco (que tentou furtar a fotografia do colega, seu maior tesouro) por Antonio, um crime que os outros mendigos das imediações, imundos e desprezados pelo resto da sociedade, como os dois protagonistas, veem já consumado ao chegar ao local logo depois que ele ocorrera. Aqui não há saída, nem redenção. A miséria humana e a selvageria prevalecem.

As corridas de cavalos, por outro lado, são recorrentes na obra de juventude de Mariátegui. Tanto em poemas como nos contos, o turfe aparece com destaque. De um lado, a série de sonetos alexandrinos “Sinfonías de la vida metropolitana: emociones del hipódromo”, em El Turf (utilizando o pseudônimo Jack), sonetos posteriormente reproduzidos (com revisões) em El Tiempo (desta vez, assinando Juan Croniqueur), e as “rimas ocasionais, com tema hípico”, como “Una tarde de carreras”, “Al margen de un debate (crónica modernista)”, “Loa a Febo”, “Una mañana de aprontes contada por Kendalif”, “Una tarde de carreras deseada por Kendalif”, “Al margen de la polla”, “Recetas eficaces de Kendalif”, “Crónica del paddock”, “Emociones glaciales”, “Reportaje de la semana” e “Con el reloj de tiempo” (todas em El Turf).

De outro, os contos sobre este esporte, como “Rudyard Ring, ganador”,[xxii] “Una tarde de sport”,[xxiii] “Amid Bey”,[xxiv] “Fue una apuesta del five o’clock tea”,[xxv] “Historia de un caballo de carrera”[xxvi] e “El match”.[xxvii] “El jockey Frank”,[xxviii] publicado em El Turf, número 14, em 10 de julho de 1915, seria revisado, modificado e republicado na mesma revista, em seu número 52, de 2 de setembro de 1916, com o título “Jim, jockey de Willy”,[xxix] uma versão mais enxuta, resumida e com a troca dos nomes de personagens. Já “El príncipe Istar”,[xxx] outra história do gênero (um conto “muito conhecido e comentado” e considerado por alguns como um exemplo de suas páginas paradoxais e “colónidas”),[xxxi] foca na personalidade excêntrica do protagonista, um aristocrata indiano, e termina com o seu suicídio por envenenamento, o mesmo que acontece em outro conto, “El jockey de Ruby”,[xxxii] em que um personagem se mata, desta vez, com um disparo.

Como se percebe, não é incomum encontrar nas narrativas de Mariátegui daquela época a descrição de indivíduos constantemente frustrados, tristes, sem perspectivas, que terminam sozinhos, desesperançados e propensos a eliminar a sua própria vida ou a de outros, como é o caso do já citado “Los mendigos” ou “El baile de máscaras”,[xxxiii] quando ocorre um homicídio durante um baile de Carnaval.[xxxiv] Nesse caso é possível notar o contraste constante entre o ambiente alegre e esfuziante daquela festa popular (com multidões dançando, rindo e se divertindo) e a tensão entre um casal misterioso e Esteban, um dos personagens da história. O conto termina com um crime passional, um assassinato a tiros da mulher que decidira bailar (e que, portanto, estaria, supostamente, traindo seu acompanhante) com o já mencionado Esteban, um dos narradores daquele episódio.

Por sinal, as mulheres, assim como os homens, também recebem um tratamento duro do autor. Ninguém escapa da tragédia humana. Nesse caso, elas são retratadas, em diferentes momentos, como frívolas, provocadoras, superficiais e pouco preparadas para enfrentar as agruras do momento, como se pode constatar em “El jockey Frank”, “La señora de Melba”,[xxxv] “El baile de máscaras”, “Epistolario frívolo”[xxxvi] e “El príncipe Istar”, por exemplo. O problema é generalizado e transcende a questão de gênero e de classe. É um clima da época, um drama que pode ser sentido por todos.

É possível perceber nos textos de Mariátegui daquele período o tédio e a ociosidade da elite. As traições são recorrentes e repreendidas implicitamente pelo autor. Elas podem estar relacionadas a uma mulher ou mesmo a um cavalo. Os personagens são, em grande medida, infelizes. Por sinal, até os equinos, que ganham uma dimensão humana, como no caso de “Amid Bey”. A descrição da futilidade e superficialidade da burguesia (e da pequena-burguesia) ganha destaque em “El hombre que se enamoró de Lily Gant”[xxxvii] e “Epistolario frívolo”.

Talvez a descrição da atmosfera tensa do começo do século passado chegue ao ápice em “La guerra que pasa…”,[xxxviii] texto que vai além dos dramas pessoais e que mostra a catástrofe generalizada causada por um conflito armado, em que a tragédia íntima de uma família se entrelaça com o flagelo maior de toda uma civilização. Soldados inimigos bêbados e bárbaros, execuções sumárias, estupros, paisagens devastadas, cidades destruídas. Mariátegui mostra o quadro de horrores de um vilarejo belga arrasado por tropas alemãs.

Sem referência da data de sua publicação, esse conto é um reflexo claro da Primeira Guerra Mundial (vale lembrar que o autor era “antigermanófilo” e durante o conflito sempre apoiou os franceses).[xxxix] O autor se preocupa em criar um clima sufocante e mostra o desespero de três mulheres (a senhora Bonneau; sua filha, a jovem Ninette; e uma criança, a neta Adela), diante de combatentes estrangeiros. Ninette, que sentia um misto de fascínio e medo pelos militares estrangeiros (sem saber o que esperar deles, mas já tendo ouvido histórias sobre sua selvageria), acaba presenciando o assassinato brutal de sua mãe, sendo depois violentada por um daqueles homens. Seu bebê, fruto daquele abuso, seria um lembrete constante do que havia ocorrido.

É verdade que as histórias de Mariátegui nessa fase (todas elas bem curtas) têm várias limitações. As repetições (por sinal, propositais), ainda que façam parte do estilo e tenham o objetivo de reforçar determinadas situações, nem sempre funcionam e em momentos são desnecessárias (repetições de frases e de palavras num mesmo texto, ou mesmo de termos utilizados, ideias e descrições em diferentes contos). O vocabulário utilizado ainda é limitado nesse período.

Os personagens, assim como os cenários, muitas vezes são mal desenvolvidos, recebendo um tratamento pouco detalhado por parte daquele autor. Apesar disso, as histórias mostram traços muito interessantes dos escritos de juventude de José Carlos Mariátegui, suas leituras e influências estéticas e literárias, e são fundamentais para que os leitores (em geral) e os estudiosos de seu pensamento (especificamente) possam ter uma ideia mais completa de seu desenvolvimento como intelectual, já que mostram diferentes dimensões e aspectos de sua obra.

*Luiz Bernardo Pericás é professor no Departamento de História da USP. Autor, entre outros livros, de Caio Prado Júnior: uma biografia política (Boitempo).

Referência

Luiz Bernardo Pericás (org.). José Carlos Mariátegui, a idade da pedra: contos escolhidos. Marília, Lutas Anticapital, 2023, 83 págs.

Notas


[i] Ver Ricardo Luna Vegas. José Carlos Mariátegui: ensayo biográfico. Lima: Editorial Horizonte, 1989, p. 23. Segundo Genaro Carnero Checa, o jornal La Prensa, fundado em setembro de 1903, era “um periódico informativo e político de prestígio, bem feito tecnicamente para sua época, com um magnífico diretor e editorialista, Alberto Ulloa Cisneros, localizado na oposição ao ‘civilismo’, a seu governo e a seus homens, contra os quais desenvolvia campanhas tenazes que lhe valeram mais de uma prisão”. Ver Genaro Carnero Checa. La acción escrita: José Carlos Mariátegui periodista. Lima: s/e, 1964, p. 65. [https://amzn.to/48UYDK2]

[ii] Ver Alberto Tauro, “Estudio preliminar”. In: José Carlos Mariátegui. Escritos juveniles, la edad de la piedra 1. Lima: Biblioteca Amauta, 1987, p. 20-21.

[iii] Ver Alberto Flores Galindo, “Años de iniciación: Juan Croniqueur, 1914-1918”. In: Alberto Flores Galindo. Obras completas II. Lima: SUR Casa de Estudios del Socialismo, 1994, p. 523.

[iv] Ver José Carlos Mariátegui, em Nuestra Época, No. 1, 22 de junho de 1918, p. 3, e reproduzido em Genaro Carnero Checa. La acción escrita: José Carlos Mariátegui periodista, p. 118; e em Eugenio Chang-Rodriguez. Poetica e ideología en José Carlos Mariátegui. Trujillo: Editorial Normas Legales, 1986, p. 32.

[v] Ver Genaro Carnero Checa. La acción escrita: José Carlos Mariátegui periodista. Lima: s/e, 1964, p. 55.

[vi] Ver “Instantáneas”, revista Variedades, Lima, 26 de maio de 1923, e reproduzido em Ibid. Esta informação, contudo, não consta no material publicado nas Obras completas. Ver “Instantáneas”, em José Carlos Mariátegui. La novela y la vida: Siegfried y el profesor Canella. Lima: Empresa Editora Amauta, 1987, p. 138-142.

[vii] Ver “Una encuesta a José Carlos Mariátegui”, publicado originalmente em Mundial, 23 de julho de 1926, e reproduzido em José Carlos Mariátegui. La novela y la vida: Siegfried y el profesor Canella. Lima: Empresa Editora Amauta, 1987, p. 154-155.

[viii] Ver carta de José Carlos Mariátegui a Samuel Glusberg, Lima, 10 de janeiro de 1928. In: Antonio Melis (org.). José Carlos Mariátegui: correspondencia (1915-1930), Tomo II. Lima: Biblioteca Amauta, 1984, p. 331.

[ix] Ver José Carlos Mariátegui. Sete ensaios de interpretação da realidade peruana. São Paulo: Expressão Popular/Clacso, 2008, p. 326.

[x] Ver Guillermo Rouillon. La creación heroica de José Carlos Mariátegui, Tomo I, La edad de la piedra (1894-1919). Lima: Editorial Arica, 1975, p. 147.

[xi] Ver Guillermo Rouillon. La creación heroica de José Carlos Mariátegui, Tomo I, La edad de la piedra (1894-1919). Lima: Editorial Arica, 1975, p. 139. Rouillon menciona, neste caso, Manuel González Prada, as reuniões com jovens jornalistas e literatos na redação do La Prensa, sua relação com Alberto Ulloa Cisneros, Luis Fernán Cisneros, José María de la Jara y Ureta, Leonidas Yerovi, Enrique Castro Oyanguren, Federico Larrañaga e Federico Blume, entre outros.

[xii] Ibid, p. 146.

[xiii] Ibid, p. 147.

[xiv] Ibid, p. 156.

[xv] Ibid, p. 181.

[xvi] Ver José Carlos Mariátegui, “Juan Manuel”, La Prensa, Lima, 3 de agosto de 1914.

[xvii] Ver José Carlos Mariátegui, “Los mendigos”, La Prensa, Lima, 3 de agosto de 1914.

[xviii] Ver Alberto Tauro, “Estudio preliminar”. In: José Carlos Mariátegui. Escritos juveniles, la edad de la piedra 1. Lima: Biblioteca Amauta, 1987, p. 56.

[xix] Elizabeth Jane Garrels diria que os contos de Mariátegui eram frívolos, comerciais, indescritíveis, banais e até mesmo medíocres. Ver Elizabeth Jane Garrels, The Young Mariátegui and his World (1894-1919), PhD dissertation, Harvard University, 1974.

[xx] A exceção talvez seja um pequeno livro organizado e prefaciado por Edmundo Cornejo Ubillús na década de 1950, no qual ele reunia dois artigos, cinco contos, dez poemas, seis crônicas e três reportagens. Nesta coletânea, Cornejo Ubillús afirmava que, entre as características do estilo de Mariátegui na época estavam a simplicidade, clareza, frases e períodos curtos, amenidade e, por vezes, elegância. Mas que, em alguns momentos, seu estilo se tornava rebuscado e artificioso. Ver Edmundo Cornejo Ubillús (org.). Páginas literarias de José Carlos Mariátegui. Lima: Mimeoimpresos Cumbre, 1955.

[xxi] Ibid, p. 59.

[xxii] Ver José Carlos Mariátegui, “Rudyard Ring, ganador”, El Turf, No. 13, Lima, 3 de julho de 1915, p. 10-12, e depois publicado em Lulú, No. 35, Lima, 23 de março de 1916, p. 8-9.

[xxiii] Ver José Carlos Mariátegui, “Una tarde de sport”, El Turf, No. 15, Lima, 17 de julho de 1915, p. 13-14, e depois publicado em El Tiempo, Lima, 3 de setembro de 1916.

[xxiv] Ver José Carlos Mariátegui, “Amid Bey”, El Turf, No. 17, Lima, 28 de agosto de 1915, p. 2-4 (data indicada por Alberto Tauro no livro de José Carlos Mariátegui. Escritos juveniles, la edad de la piedra 1. Lima: Biblioteca Amauta, 1987, p. 300; o número da revista e a data, contudo, não parecem corresponder com a edição em questão).

[xxv] Ver José Carlos Mariátegui, “Fue una apuesta del five o’clock tea”, El Turf, No. 36, Lima, 6 de maio de 1916, p. 10-14.

[xxvi] Ver José Carlos Mariátegui, “Historia de un caballo de carrera”, El Turf, No. 38, Lima, 20 de maio de 1916, p. 1-5.

[xxvii] Ver José Carlos Mariátegui, “El match”, El Turf, No. 72, Lima, 16 de maio de 1917, p. 2-4.

[xxviii] Ver José Carlos Mariátegui, “El jockey Frank”, El Turf, No. 14, Lima, 10 de julho de 1915, p. 6-8.

[xxix] Ver José Carlos Mariátegui, “Jim, jockey de Willy”, El Turf, No. 52, Lima, 2 de setembro de 1916, p. 12-14.

[xxx] Ver José Carlos Mariátegui, “El príncipe Istar”, El Turf, No. 63, Lima, 18 de novembro de 1916, p. 3-5, e depois publicado em El Tiempo, Lima, 2 de março de 1917.

[xxxi] Ver Genaro Carnero Checa. La acción escrita: José Carlos Mariátegui periodista. Lima: s/e, 1964, p. 108.

[xxxii] Ver José Carlos Mariátegui, “El jockey de Ruby”, El Turf, No. 47, Lima, 28 de julho de 1916, p. 12-14.

[xxxiii] Ver José Carlos Mariátegui, “El baile de máscaras”, La Prensa, Lima, 28 de julho de 1915.

[xxxiv] Em um texto daquela época, Mariátegui diria que “los carnavales son tres días de parranda democrática en que todos los criollos de esta villa vivimos en una promiscuidad deplorable, nos confundimos, nos enloquecemos y nos embadurnamos… Las gentes cultas y limpias no debían salir a las calles en estos días… en que hombres que se visten de blanco y salen a la calle con el único y descortés propósito de romper los vidrios del balcón de su muy amada lo cual es el saludo más grosero y bárbaro que yo me imagino…” Ver José Carlos Mariátegui, “Cartas a X: glosario de las cosas cotidianas”, La Prensa, Lima, 9 de março de 1916. Mariátegui continuaria a escrever sobre o Carnaval ao longo dos anos. Ver, por exemplo, José Carlos Mariátegui, “Serpentinas”, Mundial, Lima, 27 de fevereiro de 1925; e José Carlos Mariátegui, “Motivos de Carnaval”, Mundial, Lima, 24 de fevereiro de 1928.

[xxxv] Ver José Carlos Mariátegui, “La señora de Melba”, La Prensa, Lima, 28 de julho de 1915.

[xxxvi] Ver José Carlos Mariátegui, “Epistolario frívolo”, Alma Latina, No. 20, Lima, 1º de julho de 1916, p. 15-17, e depois publicado em El Tiempo, Lima, 2 de agosto de 1916.

[xxxvii] Ver José Carlos Mariátegui, “El hombre que se enamoró de Lily Gant”, La Prensa, Lima, 4 de agosto de 1915. Depois publicado em Lulú, No. 48, Lima, 18 de maio de 1916, p. 18-20, e em El Tiempo, Lima, 25 de agosto de 1916.

[xxxviii] Ver José Carlos Mariátegui, “La guerra que pasa…”, texto sem indicação de local de publicação nem data. Assinado José Carlos Mariátegui. Texto transcrito a partir de um recorte guardado pela família e reproduzido em José Carlos Mariátegui. Escritos juveniles, la edad de la piedra 1. Lima: Biblioteca Amauta, 1987, p. 214-220.

[xxxix] Ver Alberto Flores Galindo, “Años de iniciación: Juan Croniqueur, 1914-1918”. In: Alberto Flores Galindo. Obras completas II, p. 526.


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