A síndrome de Cassandra

Clara Figueiredo, série_ registros da quarentena, casa, São Paulo, 2020
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Por JEAN MARC VON DER WEID*

Não se leva a sério o risco de golpe porque há uma inconsciente admissão de que não há nada a fazer

Cassandra, personagem importante da Ilíada, tinha o dom de profetizar o futuro. No entanto, por razões que não recordo, o deus Apolo amaldiçoou-a, fazendo com que suas profecias não fossem levadas a sério. Toda as rejeitadas profecias de Cassandra se confirmaram, Tróia foi destruída e ela foi levada como escrava pelo comandante grego Agamenon. Típica tragédia grega.

Esta metáfora bastante óbvia para quem conhece a história e até para quem não conhece, mas já ouviu a expressão “profecia de Cassandra”, me veio à memória ao ler vários artigos, ouvir inúmeras análises na TV e receber vários comentários, alguns gozadores, de amigos e de desconhecidos.

Parece que toda a gente está convencida que o jogo político acaba com a vitória de Lula, no primeiro ou no segundo turno. Alguns chegam a dizer que o risco de golpe, que eu insisto em apontar, fica derrotado com a vitória no primeiro turno. A grande maioria usa como argumento uma avaliação da falta de coragem de Jair Bolsonaro. “Cão que ladra não morde”. Outros apontam para a falta de apoio político, valorizando diferentes tipos de oposição ao golpe. Vale a pena discutir alguns desses argumentos.

O “imperialismo americano” estar contra o golpe é um destes argumentos, com uma variante; “o capital internacional está contra o golpe”. As posições adotadas por representantes da FFAA americanas em visita ao Brasil e, supostamente, apresentadas ao próprio Jair Bolsonaro, reforçadas por manifestações do departamento de Estado e, nos últimos dias, pelo congresso americano e pela Casa Branca, indicam um reconhecimento do resultado das eleições imediatamente após o encerramento da apuração. Outros países, na Europa e na América Latina, adotaram a mesma postura. Luiz Dulci, em debate com os “intelectuais progressistas orgânicos” há poucos dias, apontou exatamente este apoio internacional, articulado pelo Celso Amorim, como inibidor da tentativa de golpe.

Não vou aqui discutir se o imperialismo tem ainda todo este poder para impedir ou para dar golpes, mesmo que seja do seu interesse. Mesmo no auge da guerra fria ocorreu pelo menos um caso em que foi dado um golpe militar contra os interesses dos EUA, o golpe do general Alvarado no Peru, em 1968. A força real dos poderes imperiais ainda é grande, mesmo sendo decadente, mas confiar nisto é temerário. Ou acham mesmo que os marines vão desembarcar em apoio à democracia no Brasil? Ou que os nossos oficiais estão em clima de guerra fria dos anos 1950/70, na base do “tudo que o seu mestre mandar”? Para Jair Bolsonaro e muitos oficiais, os EUA não são mais os mesmos do passado. Lembremos que para um adorador de Donald Trump como Jair Bolsonaro, Joe Biden é um protocomunista. Ele está muito mais à vontade com um ditador como Vladimir Putin.

O segundo argumento é a oposição do chamado “andar de cima”, as classes dominantes brasileiras. Aqui as coisas ficam mais complicadas. Por um lado, há o manifesto do 11 de agosto e outros similares e de mesmo teor. A defesa das instituições democráticas e do processo eleitoral, urnas eletrônicas, TSE e tudo mais. Mas também houve manifestos pró-Bolsonaro, embora nenhum tenha abertamente apoiado posições golpistas. A verdade é que não há unanimidade e nem mesmo uma clara maioria, na oposição a Jair Bolsonaro entre as elites.

Se fizermos uma avaliação com base na participação no PIB, pode-se dizer que uma parte significativa dos empresários de maior peso econômico está contra o golpe e contra a reeleição de Jair Bolsonaro. Há uma forte exceção à esta regra, entretanto. O agronegócio está atrás de Jair Bolsonaro, sobretudo os produtores primários, os fazendeiros e pecuaristas. Já entre os empresários do setor de transformação de produtos agrícolas há divisões importantes, com indústrias de carnes e processadores de óleo de soja entre os apoiadores mais ferozes do presidente, envolvendo-se no financiamento do gabinete do ódio e no metralhar de fake news pela internet. O empresariado urbano médio e pequeno está com Jair Bolsonaro para o que der e vier. É o público que frequentou os almoços da FIESP ou da ACMRJ, entre outros antros do empresariado pelo Brasil afora, para aplaudir o mito e gargalhar, cúmplice com suas grosserias.

Mesmo entre grandes empresários do sistema financeiro há quem ainda aposte no mito e no seu posto Ipiranga. Entre apoiadores e não apoiadores de Jair Bolsonaro e seus golpes há, na classe empresarial, diferenças importantes. Os bolsonaristas são mais militantes e os outros são mais passivos, ou se manifestam pelas formas mais convencionais, tipo abaixo assinados, entrevistas e artigos em jornais. Os primeiros mandam seus tratores fecharem estradas ou invadirem a Esplanada dos Ministérios. Pagam e organizam seus empregados para irem se manifestar em Brasília em ônibus fretados. Por outro lado, ainda estou para ver uma carreata de Ferraris ou BMWs dos próceres democráticos da Faria Lima, ocupando as avenidas paulistas. Estes últimos podem ter mais dinheiro, mas os outros, os bolsonaristas, tem mais atitude e agressividade.

Um terceiro argumento é a suposta “falta de apoio militar” para um golpe. Neste caso tenho a impressão de que muita gente está criando fake news para si mesmos. Até onde eu posso saber, todas as informações vão na direção oposta. O Ministério da Defesa participa abertamente de uma operação bolsonarista para desmoralizar as urnas eletrônicas. Vários estudiosos deste tema (forças armadas) insistem em indicar a extrema politização da oficialidade média (tenentes a coronéis), com muitos abertamente se manifestando através das redes sociais.

Mesmo entre os oficiais superiores há uma avaliação de que, na Marinha e na Aeronáutica, o apoio a um golpe bolsonarista é amplamente majoritário, ministros inclusive. A exceção única vem do alto comando do Exército, onde a maioria não apoia o golpe ou está em cima do muro. Várias destas observações foram reforçadas recentemente pelo vazamento de uma pesquisa interna feita pela ABIN. Este documento, que visava conhecer a opinião da oficialidade, em todos os níveis, com respeito a um golpe de Estado, foi pouco discutido e a sua origem e sentido não foram questionados nem na imprensa nem na justiça. Tampouco foram desmentidos os conteúdos revelados.

Fica a impressão de que o vazamento foi parte da estratégia de ameaçar as instituições, mas era tudo fake? Não houve pesquisa? O silêncio do lado das FFAA chega a ser retumbante e altamente suspeito. Mas estes dados coincidem com as opiniões dos acadêmicos que lidam com o tema. Não vou me estender sobre a posição das polícias, muito mais conhecidas e pesquisadas. 50% de apoio a um golpe é o número mais repetido por diferentes analistas, mais nas Polícias Militares do que nas Civis, mais na Polícia Rodoviária Federal do que na Polícia Federal.

Um quarto argumento aponta para a oposição massiva do eleitorado em relação a um golpe de Estado. Seriam apenas 22% de apoiadores. Se isto é verdade, um bom terço dos eleitores de Bolsonaro estará contra o seu golpe. Mas, vamos e venhamos, um quinto do eleitorado apoiando o golpe não é pouco, sobretudo em se tratando de um público que é muito mais militante do que tem se mostrado a esquerda. Enlouquecida pelo discurso do “bem contra o mal”, da ameaça “comunista” e da ameaça “à família, à pátria e à Deus”, esta massa está disposta a ir para as ruas para apoiar o mito com toda a fúria da sua alienação.

Um quinto argumento contra a possibilidade de golpe é que ele não pode ocorrer sem o apoio da “grande mídia convencional”. De fato, com pequenas, mas significativas exceções como as TVs Record e Jovem Pan (não consigo me lembrar de nenhum jornal que se preze apoiando Jair Bolsonaro) e umas quantas rádios de igrejas, aquilo que a esquerda sempre acusou de ser um agente de dominação, O Globo, Estadão, Folha de São Paulo, e outros mais de caráter mais estadual ou regional, está mandando o sapato no Jair Bolsonaro. E claramente contra um golpe. Mas, como na avaliação do peso do imperialismo nos dias de hoje, no caso da mídia os tempos mudaram ainda mais profundamente.

As redes sociais têm um peso igual ou maior na formação de opinião do que a mídia convencional. E Jair Bolsonaro é bem poderoso neste nicho, menos hoje do que em 2018, mas ainda assim ocupando entre 35 e 40% deste espaço com seus disparos em massa ou com os seus aderentes. É bom lembrar que existe uma verdadeira militância de redes onde o ativismo dos bolsonaristas é, ou foi até pouco tempo, amplamente dominante. E não se pode esquecer que estas redes não são apenas formadoras de opinião, mas organizadoras de ação política e até de atos de tipo terrorista, como o movimento dos caminhoneiros no setembro do ano passado, todo articulado pelo WhatsApp.

Curiosamente, não vi ninguém discutir a ameaça que tenho levantado com insistência, a dos milicianos organizados nos clubes de tiro. Nos meus artigos indiquei que o número destes ditos caçadores, colecionadores e atiradores esportivos (CACs) tinha mais que dobrado, de 300 e poucos para 700 mil. A quantidade e a qualidade das armas e das munições também aumentou e muito, chegando agora a um total de mais de um milhão de armas. Antes predominavam as pistolas 38 e agora aparecem com maior peso (senão em número, mas certamente pelo custo) os fuzis semi-automáticos. As informações sobre este armamento não são transparentes e não se consegue saber quantas são as pistolas e quantos os fuzis semi-automáticos.

Tudo isso é fruto da política de liberação de armas adotada por Bolsonaro desde o seu primeiro decreto de governo. Estão registradas mais de 1,5 armas por CAC, na média. E a quantidade de munição é tão alta (mil cartuchos por arma) que o pessoal da indústria bélica, alegre com esta benção, indica que há o suficiente para meses de guerra. Um dos filhos de Jair Bolsonaro, recentemente, apelou para os CACs se organizarem nos clubes de tiro e se prepararem para defender o energúmeno.

Por outro lado, Jair Bolsonaro não se cansa de repetir o slogan: “povo armado é povo livre”. A mensagem não podia ser mais clara. Além dos CACs, existem 562 mil cidadãos com acesso a armas. Sem maiores informações só posso concluir que estes sejam profissionais do setor de segurança particular. Para quem acha que esta força armada é uma insignificância, devo lembrar que a base de militares da reserva, das FFAA ou das polícias, se organiza nos clubes de tiro. Se os outros CACs são apenas guerrilheiros de botequim, sem experiência no uso de armas, os reservistas certamente têm outro estofo.

Supondo que somente 10% dos supostos CACs e verdadeiros milicianos de Jair Bolsonaro, uma espécie de SA nazista, se disponham a se mobilizar para o combate, já seriam 70 mil homens armados, provavelmente com muitos fuzis-metralhadoras. Se forem apenas 1%, teríamos 7 mil combatentes ou candidatos a combatentes. É o suficiente para fazer muito estrago, embora não fortes nem organizados o bastante para tomar o poder. Esta ameaça nem sequer entra nas discussões, é como se este perigo não existisse.

Fico me perguntando sobre as causas desta alienação coletiva, este sonhar em ganhar as eleições e o energúmeno fazer harakiri, fugir para Miami, ou simplesmente se resignar a entregar a faixa para o Lula com uma mesura educada. Um artigo do Moisés Mendes me deu uma pista para a resposta. O jornalista indicou que a esquerda brasileira está sem capacidade de reação há muito tempo. Não reagiu quando a Dilma Rousseff foi derrubada. Não reagiu quando o Lula foi preso. Não reagiu quando Michel Temer acabou com os direitos trabalhistas. Não foi capaz sequer de uma reação eleitoral quando o energúmeno se elegeu. E não foi capaz de reagir às inúmeras medidas tomadas por Jair Bolsonaro em seu governo, simbolicamente passando a boiada por cima de inúmeras conquistas populares. Sequer conseguiu organizar uma campanha por uma política de combate à COVID. A esquerda brasileira tornou-se uma esquerda parlamentar, no sentido mais restrito e concentra sua política nos processos eleitorais. Assino embaixo do que escreveu Moisés Mendes.

Este quadro indica claramente porque nem Lula, nem os partidos que o apoiam, querem discutir e avaliar seriamente o risco de golpe. A explicação é que ninguém vê o que fazer para enfrentar este risco e isto provoca um tremendo sentimento de impotência. Sendo assim, até psicologicamente é melhor desconhecer o risco, já que não se pode fazer nada para evitá-lo.

A esquerda sabe que não tem base orgânica para grandes mobilizações de massas, e nem pode imaginar como a sua base residual reagiria a um enfrentamento com as massas desarmadas e armadas de bolsominions. Com a alta probabilidade das polícias militares se associarem aos bolsominions para massacrar os eleitores de Lula em manifestações, aí mesmo que os dirigentes partidários se encolhem.

Mas seria possível fazer alguma coisa? Se acho que a esquerda não tem poder de convocatória, Lula certamente tem. Haja visto o nível de participação popular em todos os seus comícios eleitorais. Se Lula chamar sua base para se manifestar a favor dos resultados das urnas, nem que seja só pela mídia e pelas redes sociais, não duvido que a participação seja gigante. Seriam manifestações com pouco enquadramento político e alto grau de espontaneidade, o que é bom por um lado e problemático por outro. O lado bom é que este tipo de manifestação, onde predominam os não militantes permanentes, tende a ser muito mais participativa e espontânea. O lado problemático é que, no caso de enfrentamento com bolsominions vai faltar capacidade de orientação, quer para combater quer para dispersar. Nestes casos, uma agressão pesada tende a provocar pânico e debandada.

Em casos extremos pode acontecer o contrário. O maior enfrentamento que o regime militar teve que encarar foi a chamada “sexta-feira sangrenta”, em junho de 1968. O centro do Rio de Janeiro foi tomado por uma massa desorganizada de manifestantes que expulsaram os choques da PM a pedradas contra tiros. Tudo isso começou quando um grupo de uns cinquenta estudantes, a maioria do antigo restaurante do Calabouço, marchou para o centro do Rio após uma manifestação na porta da embaixada americana ter sido dispersada a tiros. A maioria dos dispersados correu para o campus da UFRJ, na Praia Vermelha. Apenas uns poucos desgarrados, levando uma camisa manchada de sangue como bandeira, levantou uma barricada na avenida Rio Branco e repeliu o ataque do primeiro choque de PMs.

A partir daí o povo de trabalhadores do Centro da cidade aderiu ao protesto e passou a atacar a PM, expulsando-a do centro do Rio. A revolta só acabou, mais por cansaço dos participantes do que por controle pela força, lá por volta das 10 da noite, quando uma tardia intervenção dos pelotões de choque dos batalhões de infantaria da Vila Militar chegou ao centro. Apesar dos infantes do exército terem chegado em uma situação de quase calma, muitos tiveram seus caminhões apedrejados pelos últimos remanescentes da fúria popular. Mas estes casos são raros.

Para resumir, não se leva a sério o risco de golpe porque há uma inconsciente admissão de que não há nada a fazer. Mas, a meu ver, se Lula chamar as massas à luta pelo respeito ao resultado das urnas, esta base vai responder. Se a resposta ao apelo à luta for suficientemente ampla, o fator inibidor do golpe estará em ação. O que é suficiente? Dado o nível das ameaças creio que nada menos de 10 milhões será capaz de parar o golpe. Não houve nada parecido com isso no Brasil desde a campanha das Diretas-Já e, nesta ocasião, estes números foram alcançados ao longo de semanas de manifestações. Vamos ter que concentrar tudo desde o início. O que complica esta opção é que a “vanguarda política” não preparou as massas para esta eventualidade. Para muitos, este apelo à luta vai ser como um raio em céu limpo.

Como não tenho responsabilidades políticas diferentes daquelas de um cidadão comum, vou cessar de incomodar os que não querem nem ouvir falar em golpe e enfiar a viola no saco.

Espero que todos os argumentos que eu procurei refutar estejam, no fim das contas, corretos, e que eu esteja, definitivamente, tomado da doença senil do alarmismo. Aceitarei com alegria todas as gozações e os “eu não disse?”, pois isto significará que estaremos livres do energúmeno sem maiores horrores do que aqueles já perpetrados. Como diziam os chilenos dias antes do golpe de Estado de 11 de setembro de 1973: “en Chile no passa nada.

*Jean Marc von der Weid é ex-presidente da UNE (1969-71). Fundador da organização não governamental Agricultura Familiar e Agroecologia (ASTA).

 

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