O poder eleitoral do bolsonarismo

Clara Figueiredo, a falsa escolha, fotomontagem digital, 2020
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Por ANDRÉ RODRIGUES & ANDRÉS DEL RÍO*

Como alguém que exibe orgulhosamente todo o seu gosto pelo abjeto pode governar e ampliar sua base de eleitores

Os resultados das urnas nas eleições brasileiras de 02 de outubro de 2022 provocaram perplexidade. Em linhas gerais, o que mais provocou consternação foram os resultados favoráveis ao bolsonarismo. Não que o bolsonarismo tenha saído amplamente vitorioso das eleições por todos os ângulos em que se avaliem seu desempenho. Mas há algumas dimensões estratégicas e a principal delas é: seria plenamente razoável supor que a expressão do bolsonarismo nas urnas seria muito menor do que foi. O primeiro nível da perplexidade é, assim, a constatação de que o bolsonarismo é muito maior eleitoralmente do que esperávamos.

O próprio Jair Bolsonaro, apesar de ter sido o segundo colocado e se credenciado para disputar o segundo turno, obteve um número total de votos superior ao que teve no primeiro turno das eleições de 2018. Isso depois de toda a coleção de desastres em sua gestão: a catástrofe econômica e alimentar que reinseriu o Brasil no mapa da fome com mais de 30 milhões de famintos e mais da metade da população com algum nível de insegurança alimentar; a evocação de ampla agenda autoritária, marcadamente o discurso golpista contra do processo eleitoral; a demonstração de desumanidade repetida inúmeras vezes, ao idolatrar torturadores e menosprezar o sofrimento dos quase 700 mil mortos pela covid-19; a vergonha internacional brasileira como um pária do qual todos os países que não são dirigidos por autocratas, ditadores e monarcas de extrema-direita querem se afastar; o desastre ambiental com os níveis de devastação de florestas batendo recordes e a exibição pública do banditismo extrativista e destruidor internacionalmente exposto com o assassinato de Bruno Pereira e Dom Philips, além vários assassinatos de lideranças indígenas; os discursos fundamentalistas, mentirosos e alucinados que proferiu no púlpito da Assembleia Geral da ONU, incluindo a evocação de lema fascista, que também era evocado pelo salazarismo, diante do português António Guterres, Secretário-Geral das Nações Unidas; a truculência com que trata intelectuais e jornalistas, especialmente se foram mulheres; a drobradinha com a figura completamente ridícula de um falso padre nos dois últimos debates televisivos antes do primeiro turno; as revelações sobre o longo histórico de uma prática típica de atividades econômicas criminosas, o uso grandes volumes de dinheiro vivo em transações financeiras, como forte indicativo da tradição familiar das rachadinhas parlamentares nos gabinetes dos Bolsonaro; violentar a laicidade de forma constante; o repertório de absurdos, iniquidades e desumanidades é inesgotável ao longo de seus 32 anos de vida pública, em especial nos quase quatro de presidência da República.

Como alguém que exibe orgulhosamente todo o seu gosto pelo abjeto pode governar e ampliar sua base de eleitores? Como os desastres por ele provocados e ostentados em seus discursos pode ser convertido em ampliação de adesão eleitoral? Mais ainda: como ele pode ter se tornado um cabo eleitoral tão eficiente ao eleger um grande número dos seus ministros mais infames?

Foram eleitos, por exemplo: Ricardo Salles, o que planejou as estratégias de desregulamentação dos mecanismos de proteção ambiental, na base de “ir passando a boiada” nas sombras da preocupação pública com a pandemia; Damares Alves, aquela que assediou uma menina de onze anos grávida de seu estuprador na tentativa de cercear seu direito ao aborto legal; Marcos Pontes, o astronauta operador do desmonte da ciência no Brasil e que, antes de ser ministro, era atração de passeio turístico na Flórida, como um mascote de parque temático;[i] Pazuello, o general da ativa quando era ministro da saúde e  que foi executor de uma política de saúde que resultou em quase 700 mil mortes na pandemia; Hamilton Mourão, o vice-presidente que exalta sempre que pode a memória de um dos torturadores mais contumazes da ditadura militar; Tereza Cristina, a ministra da agricultura do período em que o avanço das queimadas nos principais biomas brasileiros expressou a gana destruidora do agronegócio; para citar apenas algumas figuras emblemáticas do primeiro escalão do governo do pior de nós. Como é possível esse avanço eleitoral diante de um governo de resultados tão ruins e de inclinação ideológica profundamente autoritária e de contornos fascistas?[ii] Os radicais visíveis ganharam.

Ainda mais, como essa ampliação dos votos em Jair Bolsonaro no primeiro turno ocorreu em um cenário no qual ultrapassou em grande medida os percentuais de intenções de voto que vinham sendo indicados pelas pesquisas dos principais institutos especializados em sondagens eleitorais, chegando a 43,2% dos votos? Os institutos de pesquisa passaram a segunda-feira, dia 03 de outubro de 2022, se explicando sobre essa diferença, em relação às sondagens que mostravam sempre uma oscilação na casa dos 37%. Bolsonaro se apressou para reafirmar o que vinha dizendo ao longo de toda a campanha diante do cenário desfavorável nas sondagens: que as pesquisas não possuem credibilidade. Como é característico de perfis autoritários, obscurantistas e negacionistas, para Jair Bolsonaro, nada que tenha relação com o conhecimento e com a ciência tem valor, basta lembrarmos de seu desprezo pelas evidências científicas na gestão da pandemia.

As explicações apresentadas pelos institutos de pesquisa, em resumo, indicam que o que ocorreu foi uma migração de última hora de votos de eleitores de Ciro Gomes e dos indecisos para Bolsonaro. Esta hipótese é plausível, mas para que isso ocorresse, praticamente a totalidade dos votos perdidos por Ciro Gomes e pela rubrica dos indecisos em relação ao que vinha sendo apurado pelas pesquisas teria que ter migrado para Bolsonaro. Aqui pretendemos apontar algumas questões que contribuam para a compreensão do resultado eleitoral do bolsonarismo, agregando algumas dimensões que carecem de aprofundamento para um diagnóstico.

Utilizamos o termo “compreensão” de modo específico. Estamos diante de uma manifestação do fascismo no século XXI. A reabilitação do lema integralista pelo bolsonarismo não é mera aproximação simbólica. Assim como não foi mero desvio que um de seus secretários de governo tenha encenado uma imitação do Goebbels em um pronunciamento oficial, ou que o próprio presidente emule uma estética pública próxima à imagem de Mussolini, ao adotar as “motociatas” como sua forma principal de manifestação de campanha.

Também não é residual a proximidade de Jair Bolsonaro com um neonazista que comparecia em espaços públicos vestido com as roupas da SS, nem que ele tenha se correspondido com membros de um movimento neonazista brasileiro, ou a recepção da deputada alemã Beatrix von Storch, uma das lideranças do partido de extrema direita Alternativa para Alemanha (AfD).[iii] Da mesma forma, não é marginal o alinhamento político com uma candidata ao Senado pelo Rio de Janeiro, a única que em sua campanha ostentava fotos com o presidente e a primeira-dama, que tinha a castração química como instrumento penal como sua principal plataforma de campanha.

Jair Bolsonaro é o principal representante da extrema direita tendência fascista no continente americano. E uma das características do fascismo é que ele opera pela falsificação constante da realidade, em suas estratégias de propagação do pânico moral e na difusão de um temor público por uma ameaça inexistente. A perplexidade é um dos produtos do fascismo e, por isso, Hannah Arendt se preocupou amplamente com o tema da compreensão. Ela escreveu, por exemplo: “A convicção de que tudo o que acontece no mundo deve ser compreensível pode levar-nos a interpretar a história por meio de lugares-comuns. Compreender não significa negar nos fatos o chocante, eliminar deles o inaudito, ou, ao explicar fenômenos, utilizar-se de analogias e generalidades que diminuam o impacto da realidade e o choque da experiência. Significa, antes de mais nada, examinar e suportar conscientemente o fardo que o nosso século colocou nobre nós – sem negar sua existência, nem vergar humildemente ao seu peso. Compreender significa, em suma, encarar a realidade sem preconceitos e com atenção, e resistir a ela – qualquer que seja”.[iv]

A primeira questão que devemos suportar sobre os tumultuosos rumos políticos do bolsonarismo é que ele obteve um resultado eleitoral que não foi captado pelas pesquisas de intenção de voto. E isso, obviamente, não quer dizer que as pesquisas erraram, tendo em vista que pesquisas eleitorais não são preditivas e não devem ser analisadas diante de sua taxa de acerto, mas por seu rigor metodológico e indicação de tendências eleitorais, que, por definição, podem vir ou não a ser confirmadas nas urnas. Uma questão que consideramos importante ter em mente a esse respeito é que há um fenômeno eleitoral, por exemplo, no Rio de Janeiro que não foi passível de ser capturado pelos instrumentos das pesquisas eleitorais.

A esse respeito, pensamos que seja fundamental que se procure apurar em que medida algumas dimensões das políticas locais podem ter interferido nesse resultado eleitoral não mapeado pelas sondagens de intenção de voto. Nesse sentido, nos parece importante ponderar, por exemplo, a possibilidade de que articulações locais específicas entre poder econômico, poder religioso, poder de matar e poder político possam ter algum nível de interferência na disparidade entre as intenções de voto e os votos depositados nas urnas.

É plausível considerar que contextos nos quais o direito ao livre exercício do voto seja violado haja disparidades entre as intenções de voto e os votos efetivamente concretizados. Constrangimentos de líderes religiosos aos seus fiéis, abusos de poder econômico, com empregadores exercendo coerção sobre empregados, controle territorial armado por grupos que interferem no cotidiano da política podem ser fatores de distorção dos resultados eleitorais.

No Rio de Janeiro, por exemplo, como mostra o Mapa dos Grupos Armados,[v] grupos milicianos controlam 256 km² dos 7535 km² do território da região metropolitana do Rio de Janeiro, ocupando mais da metade das áreas controladas por grupos armados na região, controlando uma área na qual vivem cera de 4,4 milhões de pessoas. Pela própria característica do poder miliciano, que busca articular poder de matar e poder político, é preciso levar em consideração que há grandes possibilidades de que nessas áreas o direito ao voto não seja exercido livremente. O mandonismo e o clientelismo (em sua modalidade armada, o que chamamos de “clientelismo homicida”[vi]) não são fenômenos residuais nessas regiões controladas por milícia.

É preciso ponderar a esse respeito que o próprio bolsonarismo congrega em seu caldo ideológico uma conjugação entre o poder de matar, o fundamentalismo religioso e o abuso do poder econômico, sempre buscando aproximação com setores de um empresariado-sonegador-criminal. E isso se reflete no mapa eleitoral do bolsonarismo na Região Metropolitana do Rio de Janeiro. Na Zona Oeste[vii], região da cidade do Rio que é o berço das milícias, Jair Bolsonaro só perdeu em uma seção eleitoral.

Em todos os municípios da Baixada Fluminense, região na qual um político foi assassinado a cada 45 dias entre janeiro de 2021 e junho de 2022, a maioria deles em áreas controladas por milícias,[viii] e onde se conjugam amplamente o clientelismo e o poder de matar, Bolsonaro foi vitorioso, com ampla margem, em todos os municípios.[ix] É preciso que os estudos sobre o resultado eleitoral do primeiro turno de 2022, levem em consideração os potenciais dos modos bolsonaristas de exercício do poder em ferir o direito ao voto. Carece, nesse sentido, que estudos qualitativos investiguem as pressões de líderes religiosos, empresários e grupos armados alinhados ao bolsonarismo sobre o voto, principalmente, em zonas controladas por grupos armados nas regiões metropolitanas e nos municípios do interior nos quais possa haver processos clientelistas e mandonistas em curso.

Não estamos argumentando que esta é uma dimensão explicativa da incidência do voto bolsonarista no Rio de Janeiro, mas que se trata de uma dimensão que precisa ser levada em consideração em diagnósticos mais refinados sobre o comportamento eleitoral em contextos nos quais haja a convergência de fatores que podem implicar no abuso dos poderes econômico e religioso, bem como na pressão do poder armado sobre o voto. A violência política, tal qual a estudamos em nossas pesquisas,[x] pode definir não somente a coerção sobre e a eliminação de candidatutas, mas também a interferência no exercício do direito ao voto. Dessa forma, violência política e crime eleitoral podem estar relacionadas.

Diante dessas considerações, outra questão que precisamos suportar e a ela resistir, independente das explicações sobre as divergências entre as urnas e as sondagens eleitorais, é que o bolsonarismo, nesses últimos quase quatro anos, passou de um fenômeno reativo e conjuntural para um movimento político estruturado, com acesso a meios amplos e eficazes de poder e com grande capilaridade ideológica. O pior dado desse primeiro turno das eleições é o tamanho da extrema-direita. O quanto eles têm o poder da máquina e conseguiram avançar nessa rodada, mesmo com todas as atrocidades cometidas à luz do dia.

O que esse avanço significa em termos de naturalização e interiorização do que há de pior em nós é algo que ainda veremos as consequências. Não se trata mais apenas de uma de uma sociedade conservadora, preconceituosa e violenta. É uma sociedade fortemente fundamentalista e com forte adesão a uma linguagem ideológica amplamente fascista nos seus horizontes de poder.

O baque decorre da expectativa de que diante de todo o horror promovido nos últimos quatro anos, o bolsonarismo recuasse, que fosse algo restrito a um nicho fundamentalista. Mas não foi o que as eleições mostraram. O bolsonarismo se nutre de sua barbaridade obscena. Quando mais exibe sua inumanidade, mais a naturaliza, mais a faz penetrar no cotidiano. É um fenômeno de hiperexposição.

O problema é Jair Bolsonaro, mas é também o vizinho de porta, o sujeito que senta do seu lado no ônibus, o médico que lhe atende no posto de saúde, é o paciente que entra no seu consultório.

Nesse cenário, onde a métrica se alterou, onde o centro gravitacional se assentou na direita, passamos do centrão ao direitão, como média, e a extrema-direita se tornou um espaço aceitável de expressão de voto, sem estranhamentos. E foi no Senado, e não na Câmara, onde o bolsonarismo fez diferença.

Falta tempo para o segundo turno, e neste espaço-tempo, tudo pode acontecer. Mas, apesar da perplexidade, também existem vários logros no meio do processo. Se Luis Inácio Lula da Silva foi candidato a presidente, isso se deve à pressão popular massiva contra sua prisão injusta e arbitraria. Salientando a importância das manifestações e da força popular. Mesmo com sua liberdade e, com 26 processos judiciais com resoluções a seu favor, o antipetismo e lavajatismo, ainda respiram. E mesmo assim, o Partido dos Trabalhadores conseguiu reverter um cenário extremamente adverso dos últimos anos, aumentando sua bancada e presença em cada canto do país.

O Brasil está em um processo de contradições e eventos simultâneos de mudanças. O cenário internacional não é fácil nem estável, e compreende menos ainda como uma figura como Jair Bolsonaro tem votos, como manifestado amplamente pela mídia estrangeira. E, no nível doméstico, a tragédia social e econômica do governo Bolsonaro está em cada canto das ruas.

Apesar da dificuldade da mídia e da sociedade qualificar Jair Bolsonaro como fascista, no segundo turno a luta que se coloca é a luta pela democracia e justiça social, contra o fascismo. Cada apoio de partidos, movimentos e forças conta, e muito. E a ação de cada um de nós, faz a diferença. A vida é luta.

*Andrés Del Río é professor de ciência política na Universidade Federal Fluminense (UFF).

*André Rodrigues é professor de ciência política na Universidade Federal Fluminense (UFF).

 

Notas


[i] Ver https://extra.globo.com/famosos/futuro-ministro-astronauta-marcos-pontes-era-atracao-de-passeio-na-florida-por-340-23202174.html. Segue ativo o site de uma agência de turismo que leva o seu nome e promove passeios com temáticas ligadas ao astronauta brasileiro: https://agenciamarcospontes.com.br/.

[ii] Ver, por exemplo, RODRIGUES, André. “Características do fascismo”. In. RODRIGUES, André; DEL RÍO, Andrés; MONTEIRO, Licio; MARTON, Silmara. Textos formativos desde as margens: periferia, território e interdisciplinaridade. São Paulo: Editora Paco, 2022.

[iii] Além de ser neta de um ex-ministro das Finanças da Alemanha durante o regime nazista de Adolf Hitler. LINK: https://g1.globo.com/politica/noticia/2021/07/26/fora-da-agenda-bolsonaro-se-reune-com-deputada-de-extrema-direita-da-alemanha.ghtml

[iv]  ARENDT, Hannah. Origens do totalitarismo: antissemitismo, imprerialismo, totalitarismo. São Paulo, Companhia das Letras, 2012, p. 12.

[v] Ver https://geni.uff.br/2021/03/26/mapa-dos-grupos-armados/

[vi]Ver RODRIGUES, André et al. Homicídios na Baixada Fluminense: Estado, mercado, criminalidade e poder. Rio de Janeiro: ISER, 2018.

[vii] Ver https://especiaisg1.globo/rj/rio-de-janeiro/eleicoes/2022/mapas/apuracao-zona-eleitoral-presidente/rio-de-janeiro/1-turno/.

[viii] Ver RODRIGUES, André et al. Violência política na Baixada Fluminense e na Baía da Ilha Grande. Rio de Janeiro: Observatório de Favelas, 2022.

[ix] Ver https://g1.globo.com/politica/eleicoes/2022/eleicao-em-numeros/noticia/2022/10/03/bolsonaro-ganhou-em-70-municipios-do-rj-lula-em-22.ghtml.

[x] Ver RODRIGUES, André et al. Violência política na Baixada Fluminense e na Baía da Ilha Grande. Rio de Janeiro: Observatório de Favelas, 2022.

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