Muito longe da realidade

Manifestação pela Palestina em Nova Iorque/ Imagem: Mohammed Abubakr
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Por ARLENE CLEMESHA*

Resposta a Demétrio Magnoli e Leonardo Avritzer

Em resposta ao meu artigo “Al Nakba, uma tragédia sem fim”, postado no site A Terra é Redonda e anteriormente publicado no jornal Folha de S. Paulo com o título “Historiadores veem expulsão de palestinos em 1948”, Demétrio Magnoli volta a lançar acusações, mas procede pela via nada sofisticada da fabricação de amálgamas e deturpações.

A narrativa histórica por mim exposta acerca da Nakba palestina (parcial na visão de Leonardo Avritzer, que será retomada mais abaixo) seria equivalente aos Protocolos dos Sábios de Sião, nada menos que os “Sábios de Sião, parte 2” (sic). Uma afirmação que situa no mesmo plano um debate histórico apoiado em documentos e um libelo baseado em falsificações propositais, destinado a justificar uma política estatal assassina e antissemita, a do regime czarista russo.

Certamente, nós não poríamos os amálgamas (inclusive indecentes) praticadas por um colunista em um jornal importante, e os amálgamas de um chefe de Estado em uma tribuna oficial, com consequências sobre a vida (e a morte) de milhões de pessoas, no mesmo plano. Mas não deixa de ser interessante verificar certa semelhança metodológica. Vejamos.

Em outubro de 2015, no 37º Congresso Mundial Sionista, em Jerusalém, o premiê israelense Benjamin Netanyahu fez referência ao encontro ocorrido em novembro de 1941 na Alemanha entre Adolf Hitler e o mufti (líder religioso) palestino, Hajj Amin al-Husayni. Benjamin Netanyahu sustentou que Hitler não queria exterminar os judeus, mas sim “apenas” expulsá-los da Europa. Segundo Benjamin Netanyahu, o Holocausto judeu teria sido sugerido ao führer pelo mufti, para evitar o aumento da imigração de judeus da Europa para o estabelecimento de um Estado judeu na Palestina. A absolvição relativa e retroativa de Hitler e do nazismo pelo Holocausto veio do lugar mais inesperado.

A chancelaria alemã reagiu, declarando que a responsabilidade do Holocausto era “dos alemães e da Alemanha” (esposando a polêmica tese da culpabilidade coletiva do povo alemão). O líder da oposição trabalhista israelense, por sua vez, qualificou as palavras de Benjamin Netanyahu como “uma deformação histórica perigosa, que minimiza a Shoah, os nazistas e o papel que Adolf Hitler desempenhou na terrível tragédia a que o nosso povo foi submetido”. O representante da Autoridade Palestina lamentou que “o chefe de governo israelense odeie tanto o seu vizinho, a ponto de estar disposto a absolver o maior criminoso de guerra da história, Adolf Hitler, da morte de seis milhões de judeus durante o Holocausto”.

A historiadora e diretora do memorial Yad Vashem em Jerusalém, a pesquisadora argentina (e judia) Dina Porat, disse que as declarações de Benjamin Netanyahu não eram “historicamente exatas”: “não foi o mufti, mesmo tendo posições antijudias muito extremas, que deu a Hitler a ideia de exterminar os judeus: essa ideia é bem anterior ao encontro dos dois em novembro de 1941. Num discurso no Reichstag, no dia 30 de janeiro de 1939, Hitler já tinha se referido ao extermínio da raça judia”. Passando ao largo da questão acerca de quem exatamente (e quando) deu a ordem de execução do Holocausto, a culpabilização dos colonizados palestinos por esse fato revelou um regime político (o israelense) chegado a um estado de delírio.

Conheci Dina Porat no congresso sobre os 50 anos da Segunda Guerra Mundial celebrado na USP. O admirável trabalho sobre o Holocausto judeu e a guerra que ali apresentou se encontra no volume publicado na ocasião (Segunda Guerra Mundial: um Balanço Histórico, Xamã). O trabalho, digno de uma historiadora que honra sua qualificação, deveria ser lido por Demétrio Magnoli. Na época, eu realizava a pesquisa de mestrado que resultou no meu livro Marxismo e Judaísmo (Boitempo). Esse trabalho se baseou em boa parte na documentação obtida nos restos extraordinários dos arquivos da AMIA (Associação Mutual Israelita-Argentina), que foram excepcionalmente abertos para nós por membros da gentilíssima comunidade judia de Buenos Aires. Os arquivos tinham sido muito afetados, semidestruídos (encontravam-se provisoriamente em um precário local da calle Ayacucho), pela explosão do brutal atentado antissemita contra a AMIA, realizado em 1994 (com um saldo de 85 mortos e centenas de feridos, judeus e não judeus), e nunca esclarecido até o presente pelo governo ou pelo judiciário argentinos.

Mas voltemos desgraçadamente a Demétrio Magnoli, que não se limita a explicitas acusações caluniosas; não isso não é o bastante: há também calúnias sub-reptícias. Depois de equiparar nosso trabalho de reconstituição histórica da Nakba com os Protocolos dos Sábios de Sião, nos acusa, com igual método, de não “condenar atos desse ou daquele governo de Israel, mas de condenar inapelavelmente o próprio Estado judeu”. Esta “propaganda anti-Israel” nos poria na mesma trincheira dos autores dos Protocolos, a saber, a dos partidários do extermínio ou da submissão à segregação ou escravidão do povo judeu. O argumento, além profundamente ofensivo, carece da mais elementar originalidade. Ele se baseia nos amálgamas que seguem: oposição à partilha da Palestina = oposição a um Estado de Israel (qualquer um); oposição a um Estado confessional de Israel = defesa do extermínio do povo judeu.

A extrema direita sionista, que hoje se encontra no governo de Israel, defende o mesmo argumento há um século. Que é combatido, há um século também, pelos melhores representantes do judaísmo, das mais variadas correntes políticas e ideológicas, desde Albert Einstein a, atualmente, Noam Chomsky e os signatários dos manifestos Uma Perigosa Confusão e Declaração de Jerusalém sobre o Antissemitismo, entre os quais se contam Naomi Klein, Tony Kushner, Judith Butler, Ilana Glazer, Abbi Jacobson, Hari Nef e James Schamus, entre outros.

Se a oposição a um Estado confessional, ou seja, a defesa do laicismo estatal (única base possível para uma democracia), fosse equivalente a uma intenção exterminadora, caberia concluir, por exemplo, que os republicanos espanhóis eram partidários do extermínio de todos os cristãos do seu país, em que pese a presença de numerosíssimos cristãos entre eles. O mesmo caberia dizer dos defensores republicanos do ensino laico na França do século XIX, estes últimos vitoriosos, o que tem algo a ver com a Universidade pública onde Magnoli, acreditamos, se formou, e onde Leonardo Avritzer leciona. É necessário um pouco de respeito pelos ancestrais.

No que concerne à história, que evidentemente desconhece, Demétrio Magnoli se remete a Leonardo Avritzer. Este colega discorda de meu artigo devido ao fato de que, a seu juízo, a origem da tragédia palestina seria “mais complexa” e estaria situada, pelo menos em grande parte, na oposição árabe à partilha da Palestina, que seria legítima e legal porque adotada pela ONU em 1947. Uma ONU com um quarto de seus membros atuais, pois a maioria dos países do mundo ainda eram colônias, como era, de fato, a Palestina, sob forma de um Mandato Britânico. A mesma ONU, em 1975 e com muitos mais membros, “determin(ou) que o sionismo é uma forma de racismo e discriminação racial”, supomos que com a oposição (atual, claro, e perfeitamente legítima) de Leonardo Avritzer.

Com ONU ou sem ela, a liderança sionista não teria tido, para Leonardo Avritzer, qualquer plano de expulsão dos palestinos. Para tal alegação, Leonardo Avritzer apoia-se na obra de 1987 de Benny Morris, mas estranhamente omite por completo a pesquisa posterior de Ilan Pappe. Tivesse lido A limpeza étnica da Palestina, Avritzer saberia que Pappe se mostra perplexo diante da posição dos historiadores israelenses tradicionais e de Benny Morris, que estavam “muito longe da realidade” ao retratar o caso de Haifa como “um exemplo de boa vontade sionista para com a população palestina local” (p. 58), em que pese certa demonstração de simpatia pelos palestinos por parte do prefeito de Haifa. Mas não foi ele quem determinou o curso dos eventos.

Outro autor israelense estranhamente ignorado por Leonardo Avritzer é Avi Shlaim, para quem “a evidência apresentada no corpo do livro [de Benny Morris] sugere um grau de responsabilidade israelense muito maior do que aquele implicado por Benny Morris na sua conclusão” (1995, p. 296.) Ou seja, a crítica que se faz a Benny Morris é que suas conclusões distavam da evidência histórica apresentada em sua própria pesquisa.

Mas Benny Morris, hoje é sabido, não estava preocupado em atribuir responsabilidades pela limpeza étnica da Palestina. Pelo contrário: para ele, Ben Gurion “cometeu um sério erro histórico em 1948 … Se Ben Gurion tivesse realizado uma grande expulsão e limpado todo o país – toda a terra de Israel até o Rio Jordão … esse lugar seria mais calmo e conheceria menos sofrimento” (Entrevista a Ari Shavit no Haaretz). Ou seja, a fonte preferencial de Leonardo Avritzer é a mesma que defende a limpeza étnica total da Palestina, a expulsão de todos os nativos, subalternos colonizados, cujas vidas nada valem, nem tampouco seus historiadores, menosprezados, como fez Leonardo Avritzer ao referir-se à obra do grande historiador palestino Walid Khalidi como algo “obscuro” (!)

Vemos crescer no campo da direita e extrema direita sionista a tendência a se admitir com enorme facilidade que a Nakba foi intencional, mas que infelizmente ela foi incompleta em 1948. Vislumbram dessa forma a possibilidade de que novas levas de palestinos sejam expulsos, seja da Cisjordânia, de Jerusalém, ou de Israel propriamente dita. Ou seja, trata-se de uma nova elaboração discursiva a favor da continuidade da limpeza étnica da Palestina. Nas palavras do notório escritor Elias Khoury, esta seria uma “nova história sionista israelense”, para a qual “as atrocidades de 1948 são lidas numa chave teológica que justifica a limpeza étnica como uma necessidade para evitar uma nova Shoah” (p. 264).

Leonardo Avritzer defende que o “êxodo” palestino teria começado apenas em abril de 1948. Essa também é uma (falsa) alegação recorrente em fontes da história oficial israelense, e já contestada por boa parte da “nova historiografia israelense”. Em março-abril, os ataques das milícias sionistas tornaram-se de fato mais intensos, mas não começaram nesta data. Basta lembrar que de dezembro a março de 1948, foram expulsos 250 mil palestinos. Bairros inteiros das porções árabes de Jerusalém, Jaffa, além da já mencionada Haifa, foram esvaziados nos três primeiros meses de 1948. Foram vários episódios que levaram a população palestina a abandonar a cidade, até que em abril de 1948 sobrassem apenas quatro mil dos 75 mil habitantes palestinos originais de Haifa. Ou seja, abril marca a intensificação e praticamente o encerramento da limpeza étnica de Haifa, não o seu início.

Ilan Pappé defende a existência de um plano para a limpeza étnica, mas, já que Leonardo Avritzer estranhamente resolve ignorar por completo a obra de um dos principais historiadores israelenses, e menosprezar os escritos de um dos mais importantes historiadores palestinos, Walid Khalidi, vamos supor por um instante que seja possível deixar de lado a historiografia para empreender um breve exercício de livre raciocínio. Este nos diria que para expulsar e expropriar um povo (ou a maioria dele) de sua terra não é necessário plano nenhum. Bastam a intenção e os meios, e estes a liderança sionista os tinha ou os obteve, como demonstram inúmeros registros históricos.

Adel Manna, autor palestino, prefere se abster da discussão sobre se o Plano Dalet era um mero plano de guerra ou um plano para a limpeza étnica como defende Ilan Pappé. Adel Manna diz que o que importa é que a imensa maioria dos palestinos de Haifa e da Galileia foram aterrorizados, massacrados, incitados pelas milícias sionistas a fugir antes mesmo de iniciada a primeira guerra árabe-israelense, e que foram impedidos de retornar. Suas casas, terras, pertences, todos os seus bens, foram expropriados como demonstra a volumosa obra de Michael Fischbach, Records of Dispossession.

Leonardo Avritzer afirma, em apoio à sua tese, que “o êxodo palestino levou a fortes protestos dos partidos de esquerda em Israel, especialmente pelo Mapam, que tinha vínculos com a ex-União Soviética”. O termo “êxodo” supõe (erroneamente) um exílio voluntário; Leonardo Avritzer deveria levar em conta que Êxodo era o nome um navio vindo de Marselha, em 1947, transportando 4.500 sobreviventes judeus do campo de concentração de Bergen-Belsen, que não eram em absoluto exilados voluntários. O Êxodo foi interceptado e autoritariamente devolvido em Haifa por navios de guerra britânicos, impedindo-lhes o acesso ao território palestino.

O argumento de Leonardo Avritzer, na verdade, testemunha contra sua tese: por que o Mapam protestaria veementemente se não estivesse em curso uma operação de desterro palestino em massa? O protesto do Mapam, por outro lado, não foi mera formalidade. As violências praticadas contra a população palestina foram de tal calibre que um dirigente do partido, Aharon Zisling, declarou em novembro de 1948 no Conselho de Ministros de Israel: “Agora alguns judeus se comportam como nazistas e todo meu ser se estremece” (sic).

A discussão sobre as causas da Nakba é, de fato, complexa, e envolve também a conduta das lideranças e governos árabes no período, tema este brilhantemente desenvolvido por Eugene Rogan e Avi Shlaim em A guerra pela Palestina. Envolve, notadamente, a conduta da Grã-Bretanha e das grandes potências emergentes da Segunda Guerra, os EUA e a URSS. Leonardo Avritzer não aprofunda essa análise e tampouco pode-se exigir que o faça no espaço de um breve artigo. Mas ele ignora que o meu artigo constitui a reconstrução de um debate histórico, e resolve criticar uma suposta falta de complexidade elencando episódios esparsos. Não obstante, pode-se dizer que é direito de Arvitzer criticar a “ausência de complexidade” de meu artigo, o que significa afirmar que ele seria “simples” ou “simplista”. Mas não deveria Demétrio Magnoli transformar “simplista” em “enviesado”, pois o contrário de “complexo” não é “enviesado”. Esperamos que Leonardo Avritzer, academicamente, desautorize sua instrumentalização por um enviesado e pouco dotado candidato a discípulo.  

E, já que Demétrio Magnoli afirma que “(meu) artigo [sobre 1948!] é sobre a guerra atual”, teria sido bom se, nos seus artigos, o crítico e o caluniador, apresentassem uma palavrinha acerca do que o site Palestina Hoje resumiu assim: “Um míssil de 100 mil dólares, lançado por um avião de 20 milhões de dólares, viajando a um custo de seis mil dólares por hora, para matar pessoas que vivem com menos de um dólar por dia na Faixa de Gaza. Não é guerra, é genocídio”, opinião compartilhada por Luís Moreno Ocampo, primeiro Procurador-Chefe da Corte Penal Internacional (Tribunal Penal Internacional), e pelo historiador israelense e diretor do programa de Mestrado em estudos do Holocausto e Genocídio da Universidade de Stockton, Raz Segal, que em 13 de outubro de 2023 publicou um artigo na revista Correntes Judaicas, afirmando que o ataque em curso configura “um caso clássico de genocídio”.

Shalom e assalamu aleikum (em qualquer ordem, pois não altera o resultado).

*Arlene Clemesha é professora de história árabe contemporânea da Universidade de São Paulo (DLO-USP). Autora, entre outros livros, de Marxismo e judaísmo: história de uma relação difícil (Boitempo) [https://amzn.to/3GnnLwF]

Publicado originalmente no jornal Folha de S. Paulo.

Referências


Adel Manna. Nakba and Survival: The story of Palestinians who remained in Haifa and Galilee. University of California Press, 2022.

Ari Shavit. Survival of the Fittest. Interview with Benny Morris. Haaretz, 8 de janeiro de 2004. Disponível em    https://www.haaretz.com/2004-01-08/ty-article/survival-of-the-fittest/0000017f-e874-dc7e-adff-f8fdc87a0000).

Avi Shlaim. The Debate about 1948. International Journal of Middle East Studies, Vol. 27, No. 3, 1995, p. 287-304.

Eugene Rogan e Avi Shlaim. The War for Palestine: Rewriting the History of 1948. Cambridge: Cambridge University Press, 2007.

Ilan Pappe. The Ethnic Cleansing of Palestine. Oxford: Oneworld, 2007 (2a Ed.).

Khoury, Elias. Rethinking the Nakba, Critical Inquiry, Vol. 38, No. 2, Chicago: The University of Chicago Press, 2012, pp. 250-266.

Michael Fischbach, Records of Dispossession. Palestine refugee property and the Arab-Israeli conflict. Cairo: American University in Cairo Press/Columbia University Press, 2004.

Raz Segal. A textbook case of genocide. Jewish Currents, 13 de outubro de 2023. https://jewishcurrents.org/a-textbook-case-of-genocide


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