Por que voltamos às ruas

Whatsapp
Facebook
Twitter
Instagram
Telegram

Por GRUPO DE AÇÃO*

Carta-manifesto do Ato “Fora Bolsonaro!”de 04 de julho

Aqueles que fingem nos governar gostariam de eliminar do povo brasileiro a capacidade de se indignar diante da morte. Este é o verdadeiro projeto de governo: naturalizar valas e mais valas com corpos de brasileiras e brasileiros, resultado do descaso e do escárnio; criar uma sociedade insensível ao desaparecimento; fazer deste país um cemitério de silêncio, sobre o qual reina a indiferença. O Brasil, construído em cima dos genocídios negro e indígena, assiste agora a mais uma onda de genocídio: o das camadas mais pobres e vulneráveis de nosso povo, morrendo sem direito ao luto e à dor e, se não morrendo, desesperado diante da miséria e do desemprego que o obriga a sair às ruas e “voltar ao normal”. Essa condição, novamente, atinge desproporcionalmente mais a população negra e indígena. Diante do mundo todo, o Brasil desponta não apenas como o epicentro da pandemia, mas como o epicentro dos mortos sem luto. Nenhuma sociedade pode sobreviver a isto.

​Um governo, cujo verdadeiro horizonte é o sacrifício indiferente de seu próprio povo, não pode continuar sequer mais um dia. A pandemia colocou a céu aberto a máquina de morte que o impulsiona. Aqueles que aplaudiam torturadores, assassinos de Estado e milicianos especializados em extorquir o povo pobre não poderiam nos dar nada diferente disto. Aqueles que vieram dos porões mais sombrios da ditadura militar, das fazendas onde ainda se encontra trabalho escravo, das serras-elétricas que ainda pulsam com o ritmo colonial da conquista, dos bancos que veem esta terra apenas como um espaço de exploração, só poderiam ter como projeto de governo a naturalização da morte em massa. Contra isto, estaremos mais uma vez nas ruas e até que este governo neofascista e genocida caia.

Que nesta manifestação cada um e cada uma carregue uma foto dos mortos pela violência do Estado, seja ela produto da negligência no enfrentamento da pandemia, da violência policial, do massacre das populações indígenas, do desaparecimento na luta contra a ditadura. Que cada um e cada uma fale em alta voz o nome daquelas e daqueles que o governo quer que esqueçamos. Que façamos o digno luto daquelas e daqueles que o governo quer queimar no altar da economia para poucos.

Você é importante para esta luta. Este não é o destino de nosso país e podemos mudar essa história. Venha no dia 04 de julho, às 14 horas, diante do MASP. Este ato tem como premissa garantir a segurança de todas e todos dentro deste cenário, em que a mobilização se dá presencialmente. Respeite as medidas sanitárias de distanciamento e proteção. Venha lutar conosco!

#ForaBolsonaro!

*Grupo de Ação é um grupo apartidário e espontâneo de ativistas, artistas, advogadas, professores, profissionais de saúde, estudantes, editoras e comunicadores.

Veja neste link todos artigos de

AUTORES

TEMAS

10 MAIS LIDOS NOS ÚLTIMOS 7 DIAS

Lista aleatória de 160 entre mais de 1.900 autores.
Gilberto Maringoni Antonino Infranca Gerson Almeida Ricardo Antunes Michael Löwy Marcelo Módolo Eleutério F. S. Prado Antônio Sales Rios Neto Ladislau Dowbor Bernardo Ricupero Carla Teixeira Jorge Branco Fábio Konder Comparato Vladimir Safatle Luiz Werneck Vianna Dênis de Moraes Airton Paschoa Anderson Alves Esteves Andrés del Río Michel Goulart da Silva Dennis Oliveira Boaventura de Sousa Santos Marilia Pacheco Fiorillo Ronald León Núñez Luiz Marques Leonardo Boff Paulo Fernandes Silveira Leonardo Avritzer Otaviano Helene José Costa Júnior Bruno Fabricio Alcebino da Silva Benicio Viero Schmidt João Adolfo Hansen Daniel Afonso da Silva Plínio de Arruda Sampaio Jr. Anselm Jappe Ari Marcelo Solon Bento Prado Jr. José Dirceu Remy José Fontana Marcelo Guimarães Lima Chico Alencar Paulo Martins Andrew Korybko Eleonora Albano Sandra Bitencourt Kátia Gerab Baggio João Carlos Salles João Carlos Loebens Vanderlei Tenório Fernão Pessoa Ramos Ricardo Musse Henry Burnett Rubens Pinto Lyra Vinício Carrilho Martinez Chico Whitaker Julian Rodrigues Carlos Tautz Gabriel Cohn Marcos Aurélio da Silva Marjorie C. Marona Ronaldo Tadeu de Souza Denilson Cordeiro Alysson Leandro Mascaro Priscila Figueiredo Érico Andrade Francisco Pereira de Farias Marcos Silva Renato Dagnino Milton Pinheiro Manchetômetro Everaldo de Oliveira Andrade André Márcio Neves Soares Luís Fernando Vitagliano Elias Jabbour Paulo Nogueira Batista Jr Liszt Vieira Michael Roberts Igor Felippe Santos Yuri Martins-Fontes Francisco de Oliveira Barros Júnior Heraldo Campos Mariarosaria Fabris Lucas Fiaschetti Estevez Ronald Rocha Rafael R. Ioris Eliziário Andrade Walnice Nogueira Galvão Bruno Machado Slavoj Žižek Salem Nasser Leda Maria Paulani Rodrigo de Faria José Micaelson Lacerda Morais Jean Marc Von Der Weid João Feres Júnior André Singer Jean Pierre Chauvin Luiz Roberto Alves Celso Favaretto Juarez Guimarães Marilena Chauí Francisco Fernandes Ladeira Celso Frederico Manuel Domingos Neto Osvaldo Coggiola Tarso Genro Thomas Piketty Antonio Martins Henri Acselrad Luciano Nascimento Claudio Katz Luiz Carlos Bresser-Pereira Tales Ab'Sáber Afrânio Catani José Machado Moita Neto Annateresa Fabris Marcus Ianoni Tadeu Valadares Lorenzo Vitral Armando Boito Paulo Sérgio Pinheiro Atilio A. Boron Alexandre Aragão de Albuquerque João Paulo Ayub Fonseca Luiz Eduardo Soares Lincoln Secco Sergio Amadeu da Silveira José Raimundo Trindade Valerio Arcary Luis Felipe Miguel Eugênio Trivinho Eduardo Borges João Sette Whitaker Ferreira Gilberto Lopes Fernando Nogueira da Costa João Lanari Bo Daniel Brazil Matheus Silveira de Souza Luiz Renato Martins Luiz Bernardo Pericás Eugênio Bucci Samuel Kilsztajn Berenice Bento Ricardo Abramovay Jorge Luiz Souto Maior José Luís Fiori Ricardo Fabbrini Alexandre de Lima Castro Tranjan Alexandre de Oliveira Torres Carrasco José Geraldo Couto Mário Maestri Caio Bugiato Flávio R. Kothe Leonardo Sacramento Alexandre de Freitas Barbosa Paulo Capel Narvai Maria Rita Kehl Flávio Aguiar Daniel Costa

NOVAS PUBLICAÇÕES