A guerra sionista contra a Palestina

Exército de Israel em área destruída de Gaza/ Reprodução Telegram
Whatsapp
Facebook
Twitter
Instagram
Telegram

Por JOÃO CARLOS LOEBENS*

O movimento sionista europeu foi logo associado à colonização da Palestina, por isso considerado por críticos como um movimento colonialista ou racista

O sionismo se originou na Europa no século XIX, antes da Primeira Guerra Mundial, e pode ser considerado um movimento político-religioso visando o estabelecimento de um Estado nacional judaico. O local escolhido pelo nacionalismo sionista foi a região onde existia, entre 5.000 e 3.000 anos atrás, o “Reino Unido de Israel e Judá”, formado na época pelas 12 tribos dos 12 filhos de Jacó, na parte leste do mar Mediterrâneo.

Os sionistas defendem o retorno de todos os judeus ao atual Estado de Israel, e se opõe à assimilação de judeus pelas sociedades dos países em que vivem. O movimento sionista europeu foi logo associado à colonização da Palestina, por isso considerado por críticos como um movimento colonialista ou racista.

Há também a fundamentação religiosa ou fundamentalismo religioso. As pessoas convertidas ao judaísmo são incluídas neste grupo, enquanto judeus convertidos para outras religiões são excluídos. Há judeus que discordam dos judeus sionistas – na prática são judeus antissionistas.

Judeus são um grupo étnico-religioso originado das 12 tribos de Israel, originárias dos 12 filhos de Jacó do Antigo Testamento da Bíblia, embora arqueólogos não tenham encontrado evidência significativa da existência de Jacó. Apesar da irmandade, as tribos guerrearam entre si, com tribos eliminadas ou exiladas, permanecendo três tribos que vieram a constituir os judeus.

Aparentemente Jesus Cristo, com sua palavra e ensinamentos, revogou o Antigo Testamento. Jesus Cristo disse que o Deus vingativo e assassino do Antigo Testamento não existe – Deus é amor e bondade. Seria possível encontrar semelhanças entre a fundamentação religiosa do Estado de Israel com a fundamentação religiosa do Afeganistão?

Palestina é uma denominação dada pelo Império Romano (época de Jesus Cristo, 2.000 anos atrás) a uma região a leste do mar Mediterrâneo/Oriente Médio, abrangendo o que hoje seria Palestina/Israel, Jordânia e Líbano. Tanto a Palestina como o Reino de Israel do Antigo Testamento se originam da região denominada Levante, que inclui também a Síria, Arábia Saudita e Egito.

Após a primeira Guerra Mundial (1918), os sionistas escolhem, como local para criação de seu Estado, a região da Palestina, na época sob ocupação da Inglaterra – Mandato Britânico/partilha do Império Otomano. Em maio de 1948, o chefe da Organização Sionista Mundial declarou o estabelecimento de um Estado Judeu independente do controle britânico, apoiado numa resolução da ONU.

E assim, logo após a Segunda Guerra Mundial, iniciou-se em 1948 a guerra para ocupação da Palestina e expulsão dos não judeus das terras em que viviam há milênios, desde a época das 12 tribos dos filhos de Jacó.

Robert Kennedy, candidato à presidência dos Estados Unidos, disse recentemente: “Israel é nossa fortaleza. É quase como ter um porta-aviões no Oriente Médio. Com a Arábia Saudita entrando no BRICS, vão controlar 90% do petróleo mundial se Israel desaparecer. Israel é nosso embaixador lá, nos dando inteligência e capacidade para influenciar os eventos. Isso seria uma catástrofe para a segurança nacional dos EUA”.

Nas palavras do Secretário-geral da ONU, na atual guerra de Israel contra a Palestina, a Faixa de Gaza está se convertendo num cemitério de crianças.

Para o judeu Breno Altman, editor do site Opera Mundi, “a maior causa do antissemitismo é o Estado colonial e racista de Israel. De tão brutais os crimes do sionismo, a repugnância da humanidade contra essa doutrina hedionda penaliza a todos os judeus. Apenas a liquidação do regime sionista trará paz, respeito e segurança aos judeus”.

*João Carlos Loebens é doutorando em economia e auditor-fiscal da Receita Estadual do Rio Grande do Sul.


A Terra é Redonda existe graças aos nossos leitores e apoiadores.
Ajude-nos a manter esta ideia.
CONTRIBUA

Veja neste link todos artigos de

10 MAIS LIDOS NOS ÚLTIMOS 7 DIAS

__________________
  • A colonização da filosofiamar estacas 14/11/2024 Por ÉRICO ANDRADE: A filosofia que não reconhece o terreno onde pisa corrobora o alcance colonial dos seus conceitos
  • A massificação do audiovisualcinema central 11/11/2024 Por MICHEL GOULART DA SILVA: O cinema é uma arte que possui uma base industrial, cujo desenvolvimento de produção e distribuição associa-se à dinâmica econômica internacional e sua expansão por meio das relações capitalistas
  • Ainda estou aqui — habeas corpus de Rubens Paivacultura ainda estou aqui 2 12/11/2024 Por RICARDO EVANDRO S. MARTINS: Comentário sobre o filme dirigido por Walter Salles
  • O entretenimento como religiãomóveis antigos máquina de escrever televisão 18/11/2024 Por EUGÊNIO BUCCI: Quando fala a língua do rádio, da TV ou da Internet, uma agremiação mística se converte à cosmogonia barata do rádio, da televisão e da internet
  • A execução extrajudicial de Sílvio Almeidaqueima de livros 11/11/2024 Por MÁRIO MAESTRI: A denúncia foi patrocinada por uma ONG de raiz estadunidense, o que é paradoxal, devido à autoridade e status oficial e público da ministra da Igualdade Racial
  • Os concursos na USPMúsica Arquitetura 17/11/2024 Por LINCOLN SECCO: A judicialização de concursos públicos de docentes na USP não é uma novidade, mas tende a crescer por uma série de razões que deveriam preocupar a comunidade universitária
  • O porto de Chancayporto de chankay 14/11/2024 Por ZHOU QING: Quanto maior o ritmo das relações econômicas e comerciais da China com a América Latina e quanto maior a escala dos projetos dessas relações, maiores as preocupações e a vigilância dos EUA
  • A falácia das “metodologias ativas”sala de aula 23/10/2024 Por MÁRCIO ALESSANDRO DE OLIVEIRA: A pedagogia moderna, que é totalitária, não questiona nada, e trata com desdém e crueldade quem a questiona. Por isso mesmo deve ser combatida
  • Ainda estou aquicultura ainda estou aqui 09/11/2024 Por ERIK CHICONELLI GOMES: Comentário sobre o filme dirigido por Walter Salles
  • Antonio Candido, anotações subliminaresantonio candido 16/11/2024 Por VINÍCIUS MADUREIRA MAIA: Comentários sobre os mais de setenta cadernos de notas feitos por Antonio Candido

PESQUISAR

Pesquisar

TEMAS

NOVAS PUBLICAÇÕES