Ana Paula Maia

Guy Bourdin, Sem título, c. 1950
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Por ANDRÉ LUIZ DOS SANTOS RODRIGUES*

A obra de Maia estabelece um contato contraditório com as tendências correntes de representação da realidade contemporânea

A escrita de Ana Paula Maia está assentada em incongruências. Componentes díspares convivem de forma natural e próxima no ambiente criado pela ficção romanesca da autora: nomes tipicamente brasileiros estão ao lado de nomes estrangeiros; elementos que situariam o espaço da narrativa no Brasil juntam-se a elementos que impossibilitam defini-lo categoricamente; objetos arcaicos são utilizados na mesma medida em que objetos modernos; a temática da destruição e da violência não perturba a ordem simétrica das narrativas, compostas claramente por começo, meio e fim; os personagens creem tanto na religião cristã quanto em manifestações anímicas.

São atritos que, aliados à voz narrativa – elaborada em uma terceira pessoa que não se surpreende diante desse espaço-tempo insólito e de fatos abjetos –, causam desconforto, pois os índices da realidade que norteariam a interpretação da leitura estão embaralhados.

Ana Paula Maia já publicou um número razoável de romances, destacando-se De gados e homens (2013), Assim na terra como embaixo da terra (2017) e Enterre seus mortos (2018). Além das características supracitadas, sua obra recorrentemente deixa entrever técnicas de escrita, sobretudo aquelas vindas de roteiro, e algumas referências literárias e da cultura de massa, não buscando, todavia, se inscrever na tradição da literatura nacional ou em tendências contemporâneas.

Nesse sentido, memória, traumas familiares, gênero e fragmentação formal não fazem parte de suas preocupações ficcionais. Não obstante cada obra permita uma leitura independente, Maia recorreu por duas vezes ao recurso da trilogia. Sem se prender a uma sequência propriamente cronológica, a trajetória de determinados personagens – Edgar Wilson, Bronco Gil, Erasmo Wagner, Ernesto Wesley e Tomás – é retomada livro a livro, seja por um grau maior de protagonismo seja pela ausência de cada um deles.

Embora as narrativas ocorram em espaços diversos – um abatedouro de porcos, o aterro sanitário de uma cidade não nomeada, um crematório, uma mina de carvão, um matadouro de gado, uma colônia penal em vias de desativação e estradas em cujas redondezas funciona uma pedreira –, todas compartilham alguns motivos recorrentes: a secura (quando há água, está contaminada, empoçada ou prestes a secar), temperaturas extremadas (a natureza é impiedosa, seja no frio ou no calor), personagens isolados (parecem abandonados, como se fossem sobreviventes de uma catástrofe), o horizonte interditado (por montanhas, muros, céu fechado ou infinito que desemboca no nada) e a vagueza de coordenadas espaço-temporais (se as há, são fictícias, como é o caso da região de Abalurdes, em Carvão animal [2011], e do Vale dos Ruminantes, em De gados e homens [2013]).

Ao desbastamento do ambiente, que perde o que lhe é característico e é reduzido a seu esquema, corresponde o desbastamento da linguagem, concisa, tensa e sem recursos estilísticos. Esse desbastamento nos revela as coisas em seu limite último: os ossos, os dentes, a árvore sem folhas, o esqueleto – imagens que atestam a falta de transcendência que rege esse universo ficcional. As coisas descarnadas atestam que, além do visível, nada há, embora os personagens creiam no contrário.

As primeiras linhas de Assim na terra como embaixo da terra (2017) concentram algumas dessas características: “Pouco havia restado, fossem homens ou animais. Enxadas e foices permanecem largadas nos cantos das plantações ressequidas pela falta de chuva. Um córrego estreito e malcheiroso fornece água, porém mingua visivelmente dia após dia, sugado pelo calor intenso que o evapora e deixa o ar úmido e pesado. Ainda há movimentação no galinheiro e alguns grunhidos na pocilga, o que garante carne na panela para os próximos dias; no mais, a escassez preocupa”. (MAIA, 2017, p. 9-10)

O trecho perfaz um mundo em estertores, esquecido e negligenciado. Um mundo que paulatinamente perde seus contornos. A ameaça de finitude que o rege reflete-se na estrutura sintática privilegiada pela voz narrativa da autora: frases organizadas na ordem direta, relativamente curtas e com poucas subordinações, impondo pausas no fluxo da leitura até dar no silêncio denso que pesa sobre os personagens.

O livro inicia pintando um quadro do fim, este um dos motivos principais da escrita de Ana Paula Maia. No caso de Assim na terra como embaixo da terra, aliás, o fim é a premissa da narrativa. Em uma colônia penal que em breve será desligada, o diretor Melquíades empreende perversas caçadas contra os detentos: ele “abatia os homens como quem abate o gado” (MAIA, 2017, p. 70). Contrapõe-se frontalmente a Melquíades o protagonista Bronco Gil, filho de um estupro cometido por um fazendeiro contra uma índia.

Nesta história, há ainda destaque para o agente penitenciário Taborda, que se sente identificado aos detentos, mas se comporta com a agressividade de Melquíades; Valdênio, um interno que passou metade de sua vida no cárcere; Pablo, cujo comportamento insidioso lhe possibilita escapar da colônia; e Heitor, o oficial de justiça esperado ao longo de toda a narrativa e que surge apenas no nono capítulo (o livro é dividido em doze capítulos). No trecho citado, a voz narrativa desenha um cenário de desbastamento e penúria, com restos, ressecamento, escassez, ausência de atividade produtiva, silêncio e medo organizando-o. Traça-se um panorama de deserção, pois as atividades que lhe conferiam vida e movimento foram abandonadas há muito tempo. A despeito dos temas – o fim, os restos, a morte –, a voz narrativa mantém-se equilibrada e simétrica, não sendo ela mesma, num primeiro momento, um reflexo do que descreve.

Ao situar a história em uma colônia penal, e não em uma penitenciária convencional, a voz narrativa nos leva imediatamente a pensar em uma conexão com a novela Na colônia penal (1998), de Franz Kafka. A voz narrativa faz isso menos para nos remeter ao escritor tcheco do que para manter a coerência de uma poética que não se quer totalmente verossímil ou fotográfica, isto é, que não busca abordar o sistema carcerário de maneira documental ou realista. Contudo, há alguns traços da escrita de Franz Kafka que nos ajudam a entender a caracterização da lei e da Justiça em Assim na terra como embaixo da terra.

Em Kafka: por uma literatura menor, Gilles Deleuze e Félix Guattari identificam que muitas interpretações do autor centram-se na “teologia negativa ou da ausência, na transcendência da lei, no a priori da culpa” (2017, p. 81, modificado). Intitular a história como “Assim na terra como embaixo da terra” é retirar a esperança na existência do reino divino do radar dos personagens, algo que poderia compensar seus sofrimentos na terra.

Em Ana Paula Maia, não é possível entender a Justiça e suas razões. As coisas ficam escondidas na traseira, nos fundos, em buracos, recobertas de silêncio. Em suas ações, a Justiça age às escuras, não privilegia a clareza e a exatidão de seus critérios. A lei é pura forma vazia e sem conteúdo, cujo objeto permanece irreconhecível: a lei não pode, portanto, enunciar-se a não ser em uma sentença, e a sentença não pode se apreender senão em um castigo. Ninguém conhece o interior da lei. Ninguém sabe o que é a lei no interior da Colônia; e as agulhas da máquina escrevem a sentença no corpo do condenado que não a conhecia, ao mesmo tempo em que elas lhe infligem o suplício (DELEUZE e GUATTARI, 2017, p. 81).

Esvaziada de fundamentação convincente, a lei em Assim na terra como embaixo da terra está distante daqueles sobre cujos destinos decide. A lei é a vontade de Melquíades. Mesmo sendo a face da lei, Heitor é frágil e o alcance do que consegue fazer é curto ou inexistente, considerando sua impotência diante do que vê na colônia e a inespecificidade de seu cargo: oficial de justiça. É um trabalho de fachada, que, com seus relatórios e inspeções, nada pode diante de armas. O que prescreve é irrelevante, pois o que prevalece é a decisão daqueles que empunham as armas: “a lei se confunde com o que diz o guardião” (DELEUZE e GUATTARI, 2017, p. 84).

Advogados, juízes, promotores ou defensores sequer são mencionados na narrativa. A Justiça é quase integralmente composta por meios de força e punição: Melquíades, o diretor da colônia, Taborda, o agente penitenciário e policiais. Longe de ser um labirinto burocrático, como ocorre nas narrativas de Kafka, a Justiça em Assim na terra como embaixo da terra é opacidade, autoritarismo e truculência. É arbitrariedade, é falta de mediação, outro motivo da escrita de Ana Paula Maia e um traço reconhecível da sociedade brasileira.

Não raro, os personagens expressam um desejo de fugir do lugar onde estão e, ao final de cada livro, se não continuam restritos ao seu cotidiano, acabam partindo em direção a outro cenário, diferente e semelhante ao que conhecem – uma concepção trágica da vida de tais figuras, para as quais não há saída ou possibilidade de transcendência. Sem suporte institucional e vivendo na anomia, prevalece, muitas vezes, na decisão dos personagens, a lei de talião. Vinganças, seres humanos mortos com técnicas de abater animais e crimes que não geram culpa justapõem-se asperamente a amizades fraternas e determinações inabaláveis de se fazer justiça.

A falta de mediação reflete-se no tom adotado pela voz narrativa, que, assim como o personagem Melquíades, opta por encarar a realidade “a olho nu” (MAIA, 2017, p. 18), aceitando os limites materiais e desistindo da transcendência. Na apresentação de Entre rinhas de cachorros e porcos abatidos (2009), a autora expõe, não sem causar espanto, suas intenções literárias afirmando que as novelas ali presentes focalizam, com um tom naturalista, homens-bestas, ou seja, situados no limite entre o humano e o animal. Ao discutir o romance Germinal, do naturalista Émile Zola, Auerbach sustenta que, nesse texto, os motivos “são postos em evidência sem rebuços, sem medo diante das palavras mais claras, nem diante dos acontecimentos mais feios”. Segundo ele, essa arte do estilo “serve à verdade desagradável, opressiva, desconsolada” (AUERBACH, 1976, p. 459).

Assim o cárcere é avaliado pela voz narrativa: “O confinamento de homens assemelha-se a um curral de animais. O gado é abatido para se transformar em alimento; os homens, por sua vez, são abatidos para deixarem de existir. Não é um lugar de recuperação ou coisa que o valha, é um curral para se amontoarem os indesejados, muito semelhante aos espaços destinados às montanhas de lixo, que ninguém quer lembrar que existem, ver ou sentir seus odores” (MAIA, 2017, p. 97).

Sem ilusões e desprovida de vitalidade, a voz narrativa reflete sobre o cárcere com o tom de quem não espera que algo possa se modificar, o tom resignado e melancólico de quem sucumbiu diante de uma verdade repugnante. Em Maia, o motivo do fim – contido nas ideias de abate e de deixar de existir – está, então, ligado ao motivo do informe – contido nas ideias de curral, amontoamento e lixo. Em outras palavras, as coisas perdem sua face específica. A narrativa implica todos na barbárie: os matadores de aluguel e seus clientes; os agentes penitenciários e os policiais; os burocratas que elaboram ordens; e a sociedade, que, amparando-se na ilusão de que é possível extirpar o mal de sua constituição, chancela a existência e a manutenção dessa cadeia de violência disfarçada de Justiça.

Sendo os motivos do discurso narrativo de Maia o isolamento dos personagens, a interdição do futuro, a vagueza das coordenadas espaço-temporais, a arbitrariedade como fundamento das relações, o fim e o informe, como inserir a autora no sistema literário brasileiro? Qual é o interesse que sua escrita pode ter para a crítica literária, já que não tenta, mediante a intertextualidade, inserir-se na tradição literária do país ou em tendências contemporâneas, inclusive desprendendo seus textos das determinações espaciais do território nacional, salvo algumas exceções?

Tudo indica que a autora possui uma forma peculiar de se aproximar da realidade nacional, não passando pelo jornalismo, nem pela autoficção, nem pela intersecção entre história individual e história coletiva. Sua identidade como mulher negra – pertencente, portanto, a um grupo silenciado pela história – não é trazida à tona nas tramas. A realidade nacional manifesta-se especialmente em indícios que revelam o autoritarismo, a associação entre fé e violência, a rígida hierarquia em nossa sociedade e a fragilidade de nossas instituições.

No artigo “Ana Paula Maia e a literatura de autoria feminina: mulheres no seu (in)devido lugar”, Lígia de Amorim Neves e Lúcia Osana Zolin citam os resultados da pesquisa “Literatura brasileira contemporânea de autoria feminina: escolhas inclusivas?”, coordenada por Zolin. Analisando um corpus de 151 romances de autoria feminina publicados de 2000 a 2015 pelas editoras Companhia das Letras, Record e Rocco, a pesquisa identificou a tendência das autoras em se autorrepresentarem nas narrativas por meio da presença predominante de mulheres […] Ana Paula Maia, não obstante, faz o inverso, investe em personagens masculinas, o que a afasta dessa trajetória de escrita que busca não só tornar visível a mulher autora e a mulher personagem, mas também agenciar representações vindicativas de mulheres. (NEVES e ZOLIN, 2021, p. 10)

Entre todas as características que distinguem os romances de Maia, a focalização de vidas masculinas em detrimento de vidas femininas é a mais citada em estudos e resenhas críticas. As pesquisadoras chegam a uma conclusão semelhante àquela da crítica argentina Beatriz Sarlo. Em sua resenha para Assim na terra como embaixo da terra, Sarlo afirma: Maia mostra possibilidades que a literatura escrita por mulheres não costuma explorar. Não escreve a partir da subjetividade de gênero nem dos saberes que se lhe atribuem. Não expõe traços do “eu”, nem histórias que o evocam. O narrador é um narrador, sem marcas femininas. […] Mostra que a literatura pode independer das experiências de quem coloca seu nome de autora e exerce seu poder de narrador. Finalmente, não necessita da primeira pessoa, que às vezes parece mais uma condenação do que uma libertação da subjetividade feminina. Literatura, nesse sentido, experimental. [tradução própria] (SARLO, 2017).

Percebemos, então, que a obra de Maia estabelece um contato contraditório com as tendências correntes de representação da realidade contemporânea. Se alguns de seus motivos podem ser também encontrados em outros escritores do presente, eles distinguem-se na abordagem privilegiada pela autora, que não busca ser coerente. A predileção temática aponta para um lado, a predileção formal aponta para outro. Visualizamos os restos e a destruição, mas eles não deterioram a narração, que se mantém intacta do começo ao fim, dando-lhes moldura e acabamento. Ana Paula Maia constrói um mundo à deriva, no qual flutuam remanescentes de tempos históricos e geográficos. A existência desse ponto de fuga atesta a inexistência de futuro mais complexo para os personagens. O futuro é o que se encontra imediatamente, e não o que se projeta por vontade própria.

*André Luiz dos Santos Rodrigues é mestrando em literatura brasileira da Universidade de São Paulo (USP).

Referências


KAFKA, F. O veredicto e Na colônia penal. Tradução, posfácio e notas de Modesto Carone. São Paulo: Companhia das Letras, 1998.

MAIA, A. P. Assim na terra como embaixo da terra. Rio de Janeiro: Record, 2017.

MAIA, A. P. Carvão animal. Rio de Janeiro: Record, 2011.

MAIA, A. P. De gados e homens. Rio de Janeiro: Record, 2013.

MAIA, A. P. Enterre seus mortos. São Paulo: Companhia das Letras, 2018.

MAIA, A. P. Entre rinhas de cachorros e porcos abatidos. Rio de Janeiro: Record, 2009.

AUERBACH, E. Germinie Lacertaux. In: Mimesis: a representação da realidade na literatura ocidental. 2ª edição revisada. São Paulo: Editora Perspectiva, 1976.

DELEUZE, G. e GUATTARI, F. Kafka: por uma literatura menor. Tradução de Cíntia Vieira da Silva. Belo Horizonte: Autêntica Editora, 2017.

NEVES, L. de A., & ZOLIN, L. O. Ana Paula Maia e a literatura de autoria feminina: mulheres no seu (in)devido lugar. In: Estudos de literatura brasileira contemporânea, (62), 2021. Disponível em https://doi.org/10.1590/2316-40186210.

SARLO, B. El libro de la semana: “Así en la tierra como debajo de la tierra”, de Ana Paula Maia. In: Télam. Artigo publicado em 17 de novembro de 2017. Disponível em: https://www.telam.com.ar/notas/201711/223752-el-libro-de-la-semana-asi-en-la-tierra-como-debajo-de-la-tierra-de-ana-paula-maia.html.


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