Um programa para a esquerda

Imagem: Vanessa Winship
Whatsapp
Facebook
Twitter
Instagram
Telegram

Por CHICO ALENCAR*

O PSol dá as caras, com razão e coração

Estamos a menos de oito meses das eleições nacionais. A real “polarização” que existe é entre o bolsonarismo e todo(a)s o(a)s que recusam sua visão obscurantista de mundo e ações de desmonte do país.

“Extremo” é um só: o da extrema-direita no poder, cuja expressão da hora é o presidente da (a)Fundação Palmares afirmar que Moïse, o congolês assassinado, é um “vagabundo”. E o Secretário de Cultura torrar R$ 72 mil de dinheiro público para passear em Nova York. Reinado do neofascismo negacionista (inclusive da vacina!) e da corrupção. Tempo de miséria agravada, ódio declarado, colapso ambiental e econômico, e inflação.

Diante desse quadro, a Executiva Nacional do PSOL se reuniu e, nessa pré-campanha de sinais trocados e cartas embaralhadas, onde sobram nomes e faltam propostas, deliberou:

(1) unidade das esquerdas nas lutas sociais imediatas, retomando o caminho das ruas, a mobilização social. Já: vem aí o 8 de Março e, logo depois, os 4 anos da execução de Marielle e Anderson, com nosso persistente clamor: quem mandou? Por quais razões? Unidade de iniciativas também com setores conservadores favoráveis ao impeachment e comprometidos com pautas democráticas.

(2) programa mínimo de 12 pontos para o diálogo com a pré-candidatura de Luís Inácio Lula da Silva e todos os partidos progressistas e movimentos populares. Coligação, para o PSol, não é fusão nem pode ser mera adesão. Esses eixos programáticos priorizam: (a) revogação de medidas que precarizam direitos trabalhistas/previdenciários e barram o investimento social, desde o golpe parlamentar de 2016; (b) enfrentamento da crise climática e recursos para acelerar a transição energética; (c) reforma tributária focada na taxação da renda e da propriedade (notadamente dos super-ricos das grandes fortunas), com redução de impostos sobre bens essenciais; (d) participação popular na gestão, com transparência total e combate à corrupção; (e) ênfase nos direitos humanos, contra todas as opressões, fundadas na exploração de classe, no racismo estrutural, na misoginia e na LGBTfobia.

(3) continuidade dos entendimentos com a Rede Sustentabilidade, a fim de formar uma Federação eleitoral programática e duradoura: ecossocialismo e democracia!

Para o PSol, não basta tirar Bolsonaro – “cujo governo se enfraquece na opinião pública mas está longe de ter sido derrotado”. Mesmo com o impeachment – que segue urgente e difícil –, é essencial também, nas eleições de outubro, eleger uma expressiva bancada progressista para dar sustentação à reconstrução e avanços no país hoje adoentado, agredido e aviltado.

*Chico Alencar é professor de história, escritor e vereador pelo Psol na Câmara Municipal do Rio de Janeiro.

 

Veja todos artigos de

10 MAIS LIDOS NOS ÚLTIMOS 7 DIAS

Bolsonarismo – entre o empreendedorismo e o autoritarismo
Por CARLOS OCKÉ: A ligação entre bolsonarismo e neoliberalismo tem laços profundos amarrados nessa figura mitológica do "poupador"
Fim do Qualis?
Por RENATO FRANCISCO DOS SANTOS PAULA: A não exigência de critérios de qualidade na editoria dos periódicos vai remeter pesquisadores, sem dó ou piedade, para um submundo perverso que já existe no meio acadêmico: o mundo da competição, agora subsidiado pela subjetividade mercantil
Carinhosamente sua
Por MARIAROSARIA FABRIS: Uma história que Pablo Larraín não contou no filme “Maria”
O marxismo neoliberal da USP
Por LUIZ CARLOS BRESSER-PEREIRA: Fábio Mascaro Querido acaba de dar uma notável contribuição à história intelectual do Brasil ao publicar “Lugar periférico, ideias modernas”, no qual estuda o que ele denomina “marxismo acadêmico da USP
Distorções do grunge
Por HELCIO HERBERT NETO: O desamparo da vida em Seattle ia na direção oposta aos yuppies de Wall Street. E a desilusão não era uma performance vazia
Carlos Diegues (1940-2025)
Por VICTOR SANTOS VIGNERON: Considerações sobre a trajetória e vida de Cacá Diegues
O jogo claro/escuro de Ainda estou aqui
Por FLÁVIO AGUIAR: Considerações sobre o filme dirigido por Walter Salles
Cinismo e falência da crítica
Por VLADIMIR SAFATLE: Prefácio do autor à segunda edição, recém-publicada
A força econômica da doença
Por RICARDO ABRAMOVAY: Parcela significativa do boom econômico norte-americano é gerada pela doença. E o que propaga e pereniza a doença é o empenho meticuloso em difundir em larga escala o vício
A estratégia norte-americana de “destruição inovadora”
Por JOSÉ LUÍS FIORI: Do ponto de vista geopolítico o projeto Trump pode estar apontando na direção de um grande acordo “imperial” tripartite, entre EUA, Rússia e China
Veja todos artigos de

PESQUISAR

Pesquisar

TEMAS

NOVAS PUBLICAÇÕES